tag:blogger.com,1999:blog-8346049860346579872024-03-12T23:14:26.001-03:00NÚCLEO DE ESTUDOS EM SAÚDE PÚBLICASejam Bem-vindos ao Núcleo de Estudos em Saúde Pública.
Este é um espaço virtual destinado à disponibilização de textos, artigos, vídeos, resumos de encontros, etc.
Sintam-se à vontade para participar!Yuri Barnabéhttp://www.blogger.com/profile/05214840102958443148noreply@blogger.comBlogger37125tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-14373791959280842582011-11-07T14:32:00.001-02:002011-11-07T14:32:10.565-02:00Saúde do Trabalho ou do Trabalhador?<br />
<div style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;">
<a href="http://www.braian.com.br/wp-content/uploads/2010/06/chistes-cortos2-300x298.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.braian.com.br/wp-content/uploads/2010/06/chistes-cortos2-300x298.jpg" /></a>No próximo encontro do Núcleo discutiremos o artigo "<i>Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador" - René Mendes e Elizabeth Costa Dias. </i>Texto está <a href="http://www.scielo.br/pdf/rsp/v25n5/03.pdf">aqui</a></div><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02791258141295279031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-43954305101757507312011-10-18T00:04:00.000-02:002011-10-18T00:22:07.492-02:00Aposentadoria, Envelhecimento e SaúdeNo próximo encontro discutiremos a palestra do Professor Mauro Iasi, da UFRJ, sobre <span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; line-height: 36px;">Vida, Saúde e Trabalho: Aposentividade</span><br />
<div>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; line-height: 36px;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/47uQEcVLSzQ?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; line-height: 36px;"><br /></span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 36px;">Essa é a primeira parte. Para assistir a palestra inteira assista aqui:</span></span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 36px;"><br /></span></span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 36px;"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=zHdwwp6Qem4">Segunda Parte</a></span></span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 36px;"><br /></span></span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 36px;"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=OJVHeYm4yyg">Terceira Parte</a></span></span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 36px;"><br /></span></span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 36px;"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=w9poCYq9wdc">Quarta Parte</a></span></span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif;"><br /></span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif;">Aqui tem uma <a href="http://www.youtube.com/watch?v=ODgzz8_NHrc">reportagem</a> sobre a palestra.</span></div><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02791258141295279031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-86082421734460426312011-10-03T11:34:00.001-03:002011-10-03T11:34:18.865-03:00Trabalho Enlouquece?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgU7kWMT5A4H-oFq7QNa-QVqQIWD5G5ufEJMKew4E4m7TMawlSjJ-qbYevdCtWpJUGKj6FagWJBvnaRTdHL3oWumq3hZybFJlhjAZjQiqEHvJ4hL30JAflTO9CvK_yTagwTyaXARhny2A/s1600/hq+Trabalho+F%C3%A1cil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgU7kWMT5A4H-oFq7QNa-QVqQIWD5G5ufEJMKew4E4m7TMawlSjJ-qbYevdCtWpJUGKj6FagWJBvnaRTdHL3oWumq3hZybFJlhjAZjQiqEHvJ4hL30JAflTO9CvK_yTagwTyaXARhny2A/s640/hq+Trabalho+F%C3%A1cil.jpg" width="600" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black;">Em 18
de março de 1994,<span class="apple-converted-space"> </span><i>Zero Hora</i>,
jornal diário porto-alegrense, publica uma matéria com o título<span class="apple-converted-space"> </span><i>'Empregado humilhado ficou
paralítico'.</i><span class="apple-converted-space"> </span>A reportagem
relata o caso de um metalúrgico que havia perdido a voz e o movimento das
pernas após ser humilhado pela chefia. Segundo a mesma reportagem, o
trabalhador, examinado por uma psicóloga do Centro de Referência em Saúde do
Trabalhador local, teve o seu estado descrito como "sofrimento mental
desencadeado no trabalho", parecer que o setor de perícias do Instituto
Nacional de Seguro Social (INSS) levou em consideração ao incluí-lo no
seguro-doença.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black;">O
reconhecimento de nexo causal pelos órgãos previdenciários entre o trabalho e
um transtorno psíquico não é comum, tanto que o inusitado da ocorrência mereceu
espaço na mídia local. Também, a participação de uma psicóloga na elaboração do
diagnóstico cujo parecer subsidiou a decisão da perícia do INSS, aponta para
uma demanda que vem crescendo no âmbito da psicologia.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black;">A
discussão acerca do nexo causal voltou à cena com a edição da medida provisória
de número 316, em 11 de agosto de 2006, apresentada pelo governo federal, que
prevê o nexo técnico-epidemiológico. Tal medida inverte o ônus da prova em
alguns casos ao determinar o registro automático como doença relacionada ao
trabalho de determinadas patologias em função de altas incidências em
determinados ambientes de trabalho.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black;">Os
vínculos entre o trabalho e o adoecimento psíquico vêm ganhando visibilidade
crescente. Corroboram para essa visibilidade o número elevado de casos de
depressão e suicídio entre a população rural associado ao uso indiscriminado de
agrotóxicos (Ministério da Saúde, 2001; Silva, Novato-Silva, Faria &
Pinheiro, 2005) e o número crescente de transtornos mentais entre trabalhadores
que vivenciaram processos de reestruturação produtiva nos seus locais de
trabalho (Chanlat, 1996; Fonseca, 2002; Lima, 1995; Ministério da Saúde, 2001).<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black;">Também
é crescente o número de trabalhadores acometidos por agravos mentais. Segundo
estimativas da World Health Organization ([WHO], 1985), os chamados transtornos
mentais menores acometem cerca de 30% dos trabalhadores ocupados e os
transtornos mentais graves, cerca de 5 a 10%. No Brasil, segundo estatísticas
do INSS, os transtornos mentais ocupam a 3ª posição entre as causas de
concessão de benefícios previdenciários (Ministério da Saúde, 2001).<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black;">O
quadro atual demanda do psicólogo, nos seus diferentes campos de atuação,
re-significar a função do trabalho no processo de saúde/doença mental.
Re-significar já que na história da psicologia como ciência e profissão, o
trabalho ocupou, de modo geral, uma posição secundária, constituindo-se tão
somente como um campo de aplicação dos conhecimentos psicológicos ou como um
dos indicativos de uma vida adaptada e 'normal'.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black;">Este
texto examina a interlocução entre trabalho e saúde/doença mental no percurso
histórico da psicologia. Também, apresenta e discute alguns procedimentos, no
âmbito da psicologia, referentes ao diagnóstico e ao nexo causal entre trabalho
e quadros psicopatológicos, com base no Decreto nº 3048/99<a href="" name="n1"></a><a href="http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822007000400015#v1"><sup>1</sup></a><span class="apple-converted-space"> </span>(com suas posteriores alterações)
(Ministério da Previdência e Assistência Social, 1999) que trata sobre a
regulamentação das doenças profissionais e do trabalho e, na Portaria 1339/99<a href="" name="n2"></a><a href="http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822007000400015#v2"><sup>2</sup></a><span class="apple-converted-space"> </span>(Ministério da Saúde, 1999) que traz a
lista legal de doenças relacionadas ao trabalho.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black;">A
inserção do psicólogo nas equipes de saúde pública, nos vários espaços
institucionais como escolas, hospitais, organizações empresariais, sindicatos,
etc. e na clínica privada requer um instrumental teórico e metodológico que lhe
permita estabelecer o nexo causal entre o trabalho e o adoecimento mental em
acordo com as regras da legislação brasileira. O campo da saúde do trabalhador
se mostra como um campo promissor para o exercício profissional da psicologia
e, ainda, não há uma adequada formação para atuar nesta área, inclusive no que
se refere à determinação do nexo causal.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><i><span style="background: white; color: black;">Extraído de: </span><a href="http://www.scielo.br/pdf/psoc/v19nspe/v19nspea15.pdf">http://www.scielo.br/pdf/psoc/v19nspe/v19nspea15.pdf</a></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><i> <a href="http://www.prt18.mpt.gov.br/eventos/2006/saude_mental/anais/artigos/Maria_Elizabeth_Antunes_Lima.pdf">http://www.prt18.mpt.gov.br/eventos/2006/saude_mental/anais/artigos/Maria_Elizabeth_Antunes_Lima.pdf</a></i></span></div>
<div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02791258141295279031noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-16951372665428960952011-10-03T10:50:00.000-03:002011-10-03T10:55:24.041-03:00História do Conceito de Saúde<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/ef/Historia-natural-da-doenca.jpg/700px-Historia-natural-da-doenca.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="340" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/ef/Historia-natural-da-doenca.jpg/700px-Historia-natural-da-doenca.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
No último encontro do grupo apareceram algumas dúvidas sobre as concepções do adoecer. Estes dois artigos de Moacyr Scliar <a href="http://www.scielo.br/pdf/physis/v17n1/v17n1a03.pdf">História do Conceito de Saúde</a> e, principalmente, <a href="http://pt.scribd.com/doc/51473533/Historicidade-rita-barata">Historicidade do Conceito de Causa</a>, de Rita de Cássia Barradas Barata esclarecem muita coisa.</div>
<div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02791258141295279031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-39767576962125427122011-09-27T17:11:00.003-03:002011-11-01T14:35:18.406-02:00Programação Nesp Marília - Aberto a toda a população<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">1) Acidente de Trabalho (24/08)</span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"></span><br />
<div>
</div>
<div>
2) Afinal o que é Saúde (31/08)</div>
<div>
<br /></div>
<div>
3) Acesso a Saúde (14/09)</div>
<div>
<br /></div>
<div>
4) Patrão e Empregado adoecem igual? (21/09)</div>
<div>
<br /></div>
<div>
5) Saúde da mulher trabalhadora (28/09)</div>
<div>
<br /></div>
<div>
6) Trabalho Enlouquece? (05/10)</div>
<div>
<br /></div>
<div>
7) Aposentadoria envelhecimento e Saúde (19/10)</div>
<div>
<br /></div>
<div>
8) Conquistas na Saúde do Trabalhador (26/10)</div>
<div>
<br /></div>
<div>
9) Saúde do Trabalho ou do Trabalhador? (09/11)</div>
<div>
<br /></div>
<div>
10) Políticas de saúde para o trabalhador (16/11)</div>
<div>
<br /></div>
<div>
12) Síntese do Semestre (23/11)</div>
<div>
<br /></div>
<div>
13) Articulação com o Fórum Popular de Saúde (30/11)</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<div>
Os encontros acontecem sempre na sala 18 da Famema, na Avenida Monte Carmelo, 800. Espaço Gratuito. </div>
<div>
Para mais informações: Diretório Acadêmico Christiano Altenfelder (Daca): 14-3422-1858/14-8142-2718</div>
<div>
<br /></div>
<br />
<div>
</div><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02791258141295279031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-35150640845442044342011-09-25T22:13:00.000-03:002011-09-25T22:13:24.767-03:00A Saúde da Mulher Trabalhadora<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiUI-N1P80r2WmKBL3A7CbYwb9qe1M2E6Fgf3kykEOeSv3oyu3F5FZflCSdqFSeE74rWLmzxDIMd4VObARtO83IVzCbQ4zYEK-9VvteQAHl489v19TBhHxv7vJGe-_paUon-GjNyMc-hkh/s1600/mae+trabalhadora+5.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiUI-N1P80r2WmKBL3A7CbYwb9qe1M2E6Fgf3kykEOeSv3oyu3F5FZflCSdqFSeE74rWLmzxDIMd4VObARtO83IVzCbQ4zYEK-9VvteQAHl489v19TBhHxv7vJGe-_paUon-GjNyMc-hkh/s320/mae+trabalhadora+5.jpeg" width="320" /></a></div><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Vários estudos a este respeito têm apontado para o aumento da participação das mulheres, cujo trabalho tem se concentrado na ponta da cadeia com acentuada precariedade, caracterizando-se também pela combinação de uma ampla variedade de condições de trabalho com níveis bastante diferenciados de qualidade, remuneração e estabilidade, e, mais uma vez, com uma pronunciada divisão sexual do trabalho (Abramo, 1998; Hirata, 1998; Neves, 2000; Leite, 2004).<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">No Brasil, os dados do IBGE/Pnad demonstram a crescente participação feminina na População Economicamente Ativa (PEA), com uma relativa redução da participação masculina. Em 1976, a participação feminina na PEA era de 28,2%; em 2002, este número se elevou para 42,5%. Contudo, se a participação feminina na PEA foi substancial, indicando um crescimento de 47,56% entre 1976 e 2002, o mesmo não ocorreu quanto ao crescimento das mulheres no conjunto dos empregados. Em 1976, sua participação era de 30,3% e, em 2002, de 35,8%, indicando um crescimento de apenas 18,15% nesse período. Estes dados são indicativos de que os processos de reestruturação produtiva têm ampliado a participação da mulher no mercado de trabalho, contudo, esta inserção não tem ocorrido na forma do emprego formal, mas em atividades informais e precárias. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Outro dado significativo de discriminação sexual refere-se à remuneração. O percentual de mulheres que recebem as faixas salariais (até 2 salários mínimos) é superior ao dos homens, sendo que o percentual de homens que recebem as maiores faixas salariais (mais de 10 salários mínimos) é superior ao das mulheres. Por sua vez, o número de mulheres que não possuem rendimentos é superior ao dos homens.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">A maior inserção da mulher no mercado de trabalho também não significa uma distribuição mais eqüitativa dos afazeres domésticos; as mulheres continuam dedicando maior tempo a estas atividades do que os homens. Esse papel feminino, de responsável pelas tarefas domésticas, construído culturalmente, tem sido utilizado como argumento para a precarização do trabalho feminino, mediante a contratação de mulheres com jornada de trabalho parcial e<span> </span>salário reduzido.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Neves (2001), ao analisar a reestruturação da cadeia produtiva da FIAT em Betim (MG), concluiu que os processos de reestruturação adotados por essa empresa constituem uma cadeia de subcontratação, que concentra trabalhadores jovens com maior escolaridade e do sexo masculino na montadora. Por outro lado, as empresas situadas nos níveis mais baixos da cadeia produtiva, que exercem atividades com menor exigência tecnológica, concentram maior número de trabalhadoras. Nesse estudo, a autora também confirma que o processo de reestruturação produtiva e de mudanças tecnológicas não modificou as formas de inserção de homens e mulheres no mercado de trabalho. Ao contrário, reforçou as situações históricas de subordinação da mulher na sociedade.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">As formas de inserção de homens e mulheres no mercado de trabalho revelam as representações sobre o gênero masculino e feminino construídos culturalmente, ou seja, essas representações culturais são a base da divisão sexual do trabalho, “estabelecendo ‘os lugares’ a que estão destinados homens e mulheres desde a inserção no mercado de trabalho, as estratégias de qualificação e os postos de trabalho a serem ocupados” (Neves, 2001, p. 107)<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="apple-style-span"><i><span style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif";">Eu não acredito que existam qualidades, valores, modos de vida especificamente femininos: seria admitir a existência de uma natureza feminina, quer dizer, aderir a um mito inventado pelos homens para prender as mulheres na sua condição de oprimidas. Não se trata para a mulher de se afirmar como mulher, mas de tornar-se ser humano na sua integridade – Simone de Beauvoir</span></i></span><i><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 8.0pt; line-height: 115%;">Retirado de:<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 8.0pt; line-height: 115%;"><span> </span><a href="http://www.scielo.br/pdf/se/v22n1/v22n1a02.pdf"><span>http://www.scielo.br/pdf/se/v22n1/v22n1a02.pdf</span></a><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 8.0pt; line-height: 115%;"><span> </span><a href="http://www.observarh.org.br/observarh/repertorio/Repertorio_ObservaRH/ENSPSA-FIOCRUZ/Analise_forca_trabalho.pdf"><span>http://www.observarh.org.br/observarh/repertorio/Repertorio_ObservaRH/ENSPSA-FIOCRUZ/Analise_forca_trabalho.pdf</span></a><o:p></o:p></span></div><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02791258141295279031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-67161945869936106262011-09-20T21:20:00.000-03:002011-09-20T21:20:25.860-03:00Patrão e empregado adoecem igual?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://www.jornalistas-rs.org.br/images/saude/vacuna.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="246" src="http://www.jornalistas-rs.org.br/images/saude/vacuna.jpg" width="320" /></a></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Os problemas de saúde dos trabalhadores estão intimamente relacionados com o grau de desenvolvimento alcançado por um país ou uma<span> </span>região. Os avanços tecnológicos e as mudanças industriais redefiniram o cenário do trabalho no Brasil, com a passagem de uma economia primariamente agrária e de mineração para uma economia industrial, com ênfase nas atividades de comércio e serviço. As características desse processo de transição tiveram por conseqüência importantes problemas sociais e econômicos que se expressam, por exemplo, por um crescimento constante do setor informal, salários baixos, maior insegurança no emprego e grandes diferenças sociais e regionais no que se refere a desemprego e trabalho infantil.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Estudos mostram que o desemprego, o trabalho informal e a exclusão do mercado de trabalho estão associados a uma pior condição de saúde entre adultos brasileiros, independentemente de características sociodemográficas como escolaridade, renda e região de residência (Giatti, L e Barreto SM, 2006).<span> </span><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">A estes problemas se associam o deterioramento das condições de trabalho e crescentes danos ambientais. Os acidentes de trabalho são um dos subprodutos destas tendências, juntamente com uma grande carga de doenças profissionais e doenças relacionadas ao trabalho, cujas conseqüências contribuem para o agravamento dos problemas sociais que o país enfrenta. Acompanhando as grandes diferenças no desenvolvimento social e econômico das diversas regiões do Brasil, as características da saúde dos trabalhadores e das lesões e doenças relacionadas ao trabalho mostram um padrão misto, caracterizando uma carga dupla de doenças. Verifica-se a presença de algumas doenças já controladas em países desenvolvidos, <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">como a silicose e outras pneumoconioses, envenenamento por chumbo, asbestose, mesotelioma relacionado com o asbesto, ao lado de outras “novas” doenças relacionadas ao trabalho como afecções musculoesqueléticas (como a síndrome do tunel do carpo e outras), doenças dermatológicas causadas por compostos químicos, além dos sintomas e desordens mentais relacionadas ao stress, como a síndrome do burn-out. A combinação de formas tradicionais e novas de organização do trabalho acaba por determinar altos níveis de exposição aos perigos químicos e físicos, tarefas repetitivas, excessivo uso de força, posturas inadequadas, exposição ao stress e fatores psicossociais, causando sofrimento e incapacidades temporárias e de longo prazo (Gómez e Lacaz, 2005). <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Contrariamente às doenças “profissionais” tradicionais, a identificação do grau de relação com o trabalho destas novas doenças associadas a condições modernas de trabalho, cuja importância é crescente, depende de estudos epidemiológicos que comparem diferentes grupos de trabalhadores, classificados de acordo com o tipo de trabalho, o tipo de ocupação e/ou o tipo de empresa (Schilling, 1984).<span> </span>Apesar da importância da carga de doenças e das lesões<span> </span>relacionadas ao trabalho, as estatísticas nacionais e os dados epidemiológicos ainda são dispersos e de baixa qualidade. O Ministério da Previdência Social produz relatórios anuais, que se limitam aos trabalhadores formais, excluindo também os empregados públicos civis e militares. Os dados do Sistema Único de Saúde (SUS), a respeito de lesões e doenças relacionadas ao trabalho, são de baixa confiabilidade, apesar da recente obrigação legal de relatá-los às autoridades de saúde pública (Binder e Cordeiro, 2003).<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Apesar da importância da carga de doenças e das lesões<span> </span>relacionadas ao trabalho, as estatísticas nacionais e os dados epidemiológicos ainda são dispersos e de baixa qualidade. O Ministério da Previdência Social produz relatórios anuais, que se limitam aos trabalhadores formais, excluindo também os empregados públicos civis e militares. Os dados do Sistema Único de Saúde (SUS), a respeito de lesões e doenças relacionadas ao trabalho, são de baixa confiabilidade, apesar da recente obrigação legal de relatá-los às autoridades de saúde pública (Binder e Cordeiro, 2003).<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">De acordo com os dados oficiais, referentes unicamente aos trabalhadores formais, 2.700 trabalhadores morreram em 2005 e 491.000 ficaram fora do trabalho, recebendo benefícios do seguro do trabalhador. Ao longo dos últimos 20 anos, vem ocorrendo uma diminuição constante dos acidentes de trabalho fatais, com uma queda de incidência de 26,2 por 100.000 (estimada em 1990) para 11,4<span> </span>por 100.000 em 2003, correspondendo a uma redução de 56,5% (Santana et al, 2005). Esta tendência foi interpretada como resultante do aumento da participação do setor terciário na economia (o setor de serviços), onde os riscos ocupacionais de acidentes são usualmente baixos e também pela migração dos trabalhadores formais para a economia informal (Wünsch Filho, 1999, 2004).<span> </span>Esta tendência de declínio foi também atribuída a mudanças no sistema de notificação (Fachini et al, 2005), já que não há nenhuma evidência de que foram adotadas no país ações eficazes para a prevenção.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><i><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Retirado de: </span>http://www.cndss.fiocruz.br/pdf/home/relatorio.pdf</i></span></div><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02791258141295279031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-73524353732792539022011-09-14T00:12:00.000-03:002011-09-14T00:12:11.766-03:00Acesso à Saúde<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://amocaminhoes.files.wordpress.com/2009/11/estrada-para-a-saude.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="226" src="http://amocaminhoes.files.wordpress.com/2009/11/estrada-para-a-saude.jpg" width="320" /></a></div><br />
Um milhão de pessoas na capital paulista não têm acesso adequado à "porta de entrada" do sistema de saúde,<br />
os postos municipais, que dão o primeiro olhar ao paciente por meio de clínicos-gerais e pediatras para depois<br />
encaminhá-lo, se necessário, ao atendimento especializado.<br />
<br />
O problema, verificado num levantamento da própria prefeitura, resulta em filas "silenciosas" --que reúnem<br />
os que já desistiram de sair de casa devido às dificuldades de atendimento-- ou nas aglomerações que dobram<br />
esquinas nos hospitais e postos e são a deixa para as promessas de campanha.<br />
<br />
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a partir do estudo foram identificados pelo menos 32 locais em<br />
que os paulistanos demoram mais de 30 minutos para chegar a uma UBS (Unidade Básica de Saúde), o posto<br />
municipal.<br />
<br />
"Dentro do conceito com o qual estamos tentando trabalhar, isso significa que ele está descoberto. O correto é<br />
que a unidade não fique a mais de 30 minutos de casa", diz o secretário municipal da Saúde, Gonzalo Vecina.<br />
Nas palavras de Vecina, o 1 milhão de pessoas mal assistidas é um dos principais motivos para os problemas do<br />
SUS (Sistema Único de Saúde) na cidade serem, nesta eleição, a "bola da vez".<br />
<br />
"Se você considerar ainda que 40% da população está nos planos de saúde, metade da população não usa [o<br />
sistema] ou não tem acesso ao SUS. Como é que você pode achar que o SUS é bom?"<br />
Segundo pesquisa Datafolha divulgada hoje, a saúde é a área mais criticada da cidade --para 26%, o<br />
atendimento do setor é o principal problema da cidade. Em março, eram 9%.<br />
<br />
Intervenção insuficiente<br />
<br />
Para Vecina, o crescimento desordenado da cidade explica parte do problema. Além disso, afirma, o<br />
desemprego levou a população ao SUS, pela impossibilidade de pagar planos de saúde.<br />
<br />
"Existem muito boas explicações para o povo ter razão quando olha hoje para a saúde no município. A<br />
intervenção foi insuficiente. Apesar dos 2,3 milhões assistidos pelo PSF [Programa Saúde da Família], isso foi<br />
insuficiente para fazer frente ao crescimento acelerado da população da periferia e ao desemprego", continuou.<br />
<br />
O PSF é um modelo que usa equipes com médico, enfermeiro, até dois auxiliares de enfermagem e até seis<br />
agentes comunitários para fazer o atendimento básico de grupos de mil famílias. Em 2003, por falta de recursos,<br />
a prefeitura diminuiu o ritmo do PSF.<br />
<br />
O estudo que evidenciou a falta de acesso adequado ao sistema de saúde, segundo Osvaldo Donini, coordenador<br />
do Centro de Informação da Secretaria da Saúde, só foi feito recentemente porque antes sua área não tinha<br />
recursos como software de georreferenciamento e impressoras que pudessem reproduzir grandes mapas para a<br />
análise.<br />
<br />
A pasta não considerou as áreas de alto poder aquisitivo, em que há grande número de pessoas com planos de<br />
saúde, e privilegiou a periferia.<br />
<br />
Além dos 32 locais em que já se identificou a necessidade de mais postos --a maior parte coincidiu com<br />
reivindicações do Orçamento Participativo-- foram projetados ainda outros três, prevendo-se o crescimento<br />
populacional. Ainda não foram definidas as áreas em que devem ser erguidos." A revolução é garantir acesso.<br />
Não existe revolução sem conseguir acesso. E que tenha como resolver os problemas de assistência decorrentes<br />
desse primeiro contato", afirmou Vecina.<br />
<br />
<i><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">Adaptado de: <a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u63662.shtml">http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u63662.shtml</a></span></i><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02791258141295279031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-64896363789123799752011-08-29T13:17:00.005-03:002011-08-29T16:37:39.804-03:00Encontro 31/08/2011<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-T6PfknfvehM/Tlu8T9F_tsI/AAAAAAAAAFw/U5BcZYX8EJk/s1600/nesp%2B3108.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5646313608842294978" src="http://4.bp.blogspot.com/-T6PfknfvehM/Tlu8T9F_tsI/AAAAAAAAAFw/U5BcZYX8EJk/s320/nesp%2B3108.jpg" style="float: left; height: 225px; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 10px; margin-top: 0px; width: 320px;" /></a></div>
<br />Na segunda reunião da pauta "Saúde do Trabalhador", discutiremos "Afinal, o que é Saúde?".
<br />Discutiremos o texto a seguir: Saúde e Cidadania.
<br />
<br />
<br /><div style="text-align: center;">
<br /></div><div style="text-align: center;">
<br /></div><div style="text-align: center;">
<br /></div><div style="text-align: center;">
<br /></div><div style="text-align: center;">
<br /></div><div style="text-align: center;">
<br /></div><div style="text-align: center;">
<br /></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">
<br /></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Saúde e Cidadania</span></div>
<br />
<br /><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px;">Durante muito tempo, predominou o entendimento de que saúde era sinônimo de ausência de doenças físicas e mentais. Nesse sentido, os serviços de saúde privilegiaram na sua organização a atenção médica curativa. </span></div><div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">A Organização Mundial de Saúde define que "saúde é o completo bem-estar físico, mental e social e não a simples ausência de doença". Essa definição aponta para a complexidade do tema, e a reflexão mais aprofundada sobre seu significado nos leva a considerar a necessidade de ações intersetoriais e interdisciplinares no sentido de criar condições de vida saudáveis. </div><div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">Atualmente, é senso comum entre a população e os militantes desse setor que o processo saúde-doença é um processo social caracterizado pelas relações dos homens com a natureza (meio ambiente, espaço, território) e com outros homens (através do trabalho e das relações sociais, culturais e políticas) num determinado espaço geográfico e num determinado tempo histórico (1). A garantia à saúde transcende, portanto, a esfera das atividades clínico-assistenciais, suscitando a necessidade de um novo paradigma que dê conta da abrangência do processo saúde-doença. Nesse sentido, a promoção à saúde aglutina o consenso político em todo o mundo e em diferentes sociedades como paradigma válido e alternativo aos enormes problemas de saúde e do sistema de saúde dos países (2). </div><div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">A carta de intenções da Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em Ottawa, Canadá, em 1986, denominada Carta de Ottawa, assim define a promoção à saúde: </div><div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">"...o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo maior participação no controle desse processo. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social, os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente... Assim, a promoção à saúde não é responsabilidade exclusiva do setor da saúde, e vai para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global." (10)</div><div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">A Carta de Ottawa advoga que a saúde constitui o maior recurso para o desenvolvimento social, econômico e pessoal, e que é somente através das ações de promoção que as condições e recursos fundamentais para a saúde se tornam cada vez mais favoráveis. Considera que esses recursos são (6):</div><ul><li><div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">paz: redução da violência;</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px;">
<br /></span></div></li>
<br /><li><div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">habitação: condições dignas de moradia, tanto em relação ao espaço físico quanto ao assentamento legal;</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px;">
<br /></span></div></li>
<br /><li><div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">educação: cumprimento do ensino compulsório, redução da evasão escolar e revisão da qualidade de ensino;</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px;">
<br /></span></div></li>
<br /><li><div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">alimentação: garantia de política municipal de geração e de mecanismos de troca de produtos alimentícios e, principalmente, garantia de alimento na mesa da família;</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px;">
<br /></span></div></li>
<br /><li><div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">renda: a geração de renda para todos e com volume compatível com a vivência;</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px;">
<br /></span></div></li>
<br /><li><div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">ecossistema saudável: ar salubre; água potável disponível 24 horas por dia; alimentos existentes em quantidade suficiente e de boa qualidade; </div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px;">
<br /></span></div></li>
<br /><li><div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">o recursos renováveis: o mais importante é o próprio homem, que se renova cada vez que se recupera de um mal-estar... Os serviços de saúde devem estar aptos para atender o homem em todos os seus níveis de complexidade, seja com recursos próprios ou em parceria com outros municípios;</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px;">
<br /></span></div></li>
<br /><li style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">justiça social e eqüidade: a iniqüidade é caracterizada pela diferença de velocidade com que o progresso atinge as pessoas... avaliada indiretamente pela área geográfica em que o cidadão reside. Dessa forma é que se busca, através do esquadrinhamento do município em territórios homogêneos, observar os determinantes e suas conseqüências ao bem-estar. A promoção da eqüidade é feita pela redução dos efeitos nocivos à salubridade e pelo reforço dos fatores positivos.</li>
<br /></ul><div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px;"></div><div style="text-align: justify;">A essa Conferência seguiram-se outras três que aprofundaram o conceito de promoção à saúde. Assim, a Declaração de Adelaide (Austrália, 1988), a Declaração de Sundsvall (Suécia, 1991) e a Declaração de Bogotá (Colômbia, 1992) reforçam a crítica à organização dos serviços de saúde, reafirmando sua responsabilidade no desenvolvimento de ações de promoção, além da oferta de serviços clínicos e de urgência (10).</div><div style="text-align: justify;">Nos capítulos seguintes, serão abordados métodos de planejamento e análise da situação de saúde, que poderão ser aplicados a um dado território, seja local, regional ou municipal, coerente com o conceito de saúde e as considerações aqui apresentadas.</div>
<br /><div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<br /></div><div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px;"></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;">Retirado de http://www.saude.sc.gov.br/gestores/sala_de_leitura/saude_e_cidadania/ed_02/03_01.html<span class="Apple-style-span" style="color: #003366;"><o:p></o:p></span></span></i></div>
<br /><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-38729200407226499192011-08-29T13:08:00.006-03:002011-08-30T11:39:42.178-03:00Texto de acúmulo - 24/08<a href="http://1.bp.blogspot.com/-cLUjcs0k2Vg/Tlz1nlGUZvI/AAAAAAAAAF4/0K6FVxVpwgE/s1600/salgado_sugar1p.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="text-align: center;float: left; margin-top: 0px; margin-right: 10px; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; cursor: pointer; width: 320px; height: 210px; " src="http://1.bp.blogspot.com/-cLUjcs0k2Vg/Tlz1nlGUZvI/AAAAAAAAAF4/0K6FVxVpwgE/s320/salgado_sugar1p.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5646658093138077426" /></a>
<br /><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:6.0pt;text-align:justify;line-height: 150%"><span style="font-size:12.0pt;line-height:150%;font-family:"Trebuchet MS","sans-serif"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; color:black;mso-fareast-language:PT-BR"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>No Brasil, em 2007, foram registrados 653.090 acidentes e doenças do trabalho entre os trabalhadores assegurados da Previdência Social. Entre esses registros, contabilizou-se 20.786 doenças relacionadas ao trabalho. Parte destes acidentes e doenças teve como consequência o afastamento das atividades de 580.592 trabalhadores devido à incapacidade temporária (298.896 até 15 dias e 281.696 com tempo de afastamento superior a 15 dias), 8.504 trabalhadores por incapacidade permanente, e 2.804 óbitos. Esses são dados do INSS. Como o Brasil não possui um sistema de vigilância epidemiológica em saúde do trabalhador efetiva, possivelmente os dados são bem piores do que esses: são maiores os acidentes de trabalho e doenças relacionadas ao trabalho. Para a OIT (Organização Internacional do Trabalho), esses dados justificam a localização do Brasil no quarto lugar em mortes devido ao trabalho em todo o mundo. Possivelmente, devido à agudização do processo de precarização e às parcas políticas em saúde do trabalhador, de 2007 até 2009, esses casos aumentaram de forma importante. Como se pode perceber, no nosso país, muitos trabalhadores são vítimas de doenças relacionadas ao trabalho, como distúrbio osteomusculares (como a LER-DORT), perdas auditivas e doenças de ordem psicológicas (como depressão e síndrome do pânico). O ambiente de trabalho se transforma num local de risco para a saúde e a vida do trabalhador. O principal fator dessa realidade não é a falta de capacitação do trabalhador para a atividade, não saber operar a máquina ou se distrair, provocando acidentes. É sim o modo de produção. <span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>A culpabilização do trabalhador pelas doenças e acidentes do trabalho é sempre a primeira saída para a problemática da saúde. Até o estilo de vida, a alimentação e a falta de descanso são desculpas utilizadas pelas empresas para tentar provar a inexistência de nexo das doenças ou acidentes com o trabalho. Contudo, nenhuma dessas questões são escolhas dos trabalhadores e sim imposições do próprio sistema. O cansaço permanente provocado pelo excesso de trabalho, as restrições compulsórias ocasionadas pela baixa renda e as pressões emocionais que fazem, inclusive, os operários trabalharem sem saúde com medo de serem demitidos são, portanto, desconsideradas como fatores de adoecimento e de aumento dos índices de acidentes no trabalho.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:6.0pt;text-align:justify;line-height: 150%"><span style="font-size:12.0pt;line-height:150%;font-family:"Trebuchet MS","sans-serif"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; color:black;mso-fareast-language:PT-BR"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Com a crise econômica, os níveis de exploração experimentam limites bastante superiores de intensificação do trabalho, obrigando os trabalhadores a pagarem pela crise trabalhando dobrado de modo a recompensar as demissões. E nesse contexto de maior volume e ritmo do trabalho a questão da saúde com certeza vai submergir revelando a ponta do iceberg. Nas suas profundezas deve revelar as conseqüências dos freqüentes cortes no financiamento da saúde, da falta de resposta do SUS a essa problemática e da ausência do Estado na questão de políticas de saúde que transforme as condições de trabalho e promova saúde.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:6.0pt;text-align:justify;line-height: 150%"><span style="font-size:12.0pt;line-height:150%;font-family:"Trebuchet MS","sans-serif"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; color:black;mso-fareast-language:PT-BR"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Seria um erro aqui afirmar que, em todo esse processo de mudanças no trabalho, não existiram discussões sobre a saúde dos trabalhadores e elaboração de práticas visando minimizar os efeitos do trabalho na saúde. Sim, existem teorias que orientaram modificações ergonômicas no ambiente (como máquinas e instrumentos), programas de assistência à saúde e de prevenção a acidentes ocupacionais. A tecnologia, a introdução de máquinas computadorizadas que exigem menos esforço físico na operacionalização e que possuem ajustes de segurança, reduziram os acidentes de trabalho mais graves, como perdas de membros ou mortes. No entanto, essas ações significaram, em ultima instância, adaptações do homem ao trabalho visando à intensificação da atividade e, assim, aumento da produtividade. Não existe melhoria real da qualidade de saúde dos trabalhadores, a exploração persiste e as doenças também.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:6.0pt;text-align:justify;line-height: 150%"><span style="font-size:12.0pt;line-height:150%;font-family:"Trebuchet MS","sans-serif"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; color:black;mso-fareast-language:PT-BR"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Nesse sentido, a saúde dos trabalhadores sempre foi uma preocupação para o patrão, muito embora, esse conceito não tenha a mesma significação do que atribuímos. Para o dono de empresa, a saúde do trabalhador limita-se às condições físicas e mentais que lhe permitem trabalhar por horas sem permitir a queda da produtividade, sem faltar ao serviço e sem atrapalhar a execução do mesmo. A preocupação real do chefe é explorar ao máximo antes do aparecimento da doença, e para isso vale inovações na tecnologia e exercícios de relaxamento antes da atividade produtiva. Quando a doença se torna visível, ou seja, quando a produtividade diminui, a resposta que a empresa dá ao trabalhador é punição, assédio moral e demissão, a substituição por outro trabalhador sadio. A real preocupação é manter a força de trabalho sadia e produtiva.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:6.0pt;line-height:150%"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(102, 102, 102); font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; line-height: 14px; font-size: small; ">Núcleo de Estudos em Saúde Pública</span></p><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-37766430269773005712011-08-23T22:16:00.001-03:002011-08-23T22:18:57.720-03:00Encontro 24/08/2011<a href="http://1.bp.blogspot.com/-B2huNrtkvZI/TlRRdlZkgLI/AAAAAAAAAFY/Uk1DcFIwavM/s1600/nesp%2B2408.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 229px;" src="http://1.bp.blogspot.com/-B2huNrtkvZI/TlRRdlZkgLI/AAAAAAAAAFY/Uk1DcFIwavM/s320/nesp%2B2408.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5644225801699492018" /></a>
<br /><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span class="Apple-style-span" >O NESP está de volta! Neste semestre, discutiremos "Saúde do Trabalhador". Sua participação é fundamental!</span></span><div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span class="Apple-style-span" >
<br /></span></span></div><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-70309532877247348122011-08-16T16:15:00.001-03:002011-08-16T16:21:27.304-03:00O NESP está de volta!<p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" >Após algumas semanas de construção teórica, daremos continuidade ao Núcleo de Estudos em Saúde Pública no segundo semestre de 2011. Haverá algumas mudanças relacionadas aos temas e, sobretudo, à metodologia dos encontros. Em breve será divulgada a agenda de atividades. Aguarde as novidades!</span></p><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-84316722928538640662010-11-21T22:31:00.000-02:002010-11-21T22:31:43.168-02:00Sobre aquilo que o estudo do IBGE não mostra e não quer mostrar - Ou, o mito do "preconizado pela OMS".<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijtv0hs3tA5IBl2osvSGXS5ADo7y25tYz5C6dUIPmmegBdh77YlkWL0yT7a6kISapaVg7EqCIqkijHr-wKuqfeSdp9pO5VD-qJLDrn4KEBGA3UXg5YC-vQPxpvZB6X2AbcdMx3U1BKAP4/s1600/ibge_marca.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijtv0hs3tA5IBl2osvSGXS5ADo7y25tYz5C6dUIPmmegBdh77YlkWL0yT7a6kISapaVg7EqCIqkijHr-wKuqfeSdp9pO5VD-qJLDrn4KEBGA3UXg5YC-vQPxpvZB6X2AbcdMx3U1BKAP4/s1600/ibge_marca.png" /></a></div><br />
<br />
O estudo do IBGE sobre a <a href="http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/0000000220.pdf">Assistência Médico-Sanitária</a> lançado essa semana, teve forte impacto na mídia gerando debates sobre diversos características do nosso sistema de saúde.<br />
A posição ocupada pelos setores público e privado, o financiamento das ações, a distribuição de leitos e tecnologias ou mesmo as diferenças tendências de oferta da assistência em todas as regiões do país. </div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Como resultado, a mídia bateu com força na tecla da falta de oferta de tecnologia e leito para a população sem, de fato, gerar qualquer reflexão sobre as condições da saúde pública do Brasil.</span></div><a name='more'></a><br />
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Primeiro deve-se levar em consideração que a repetição, ad infinitum, de que o acesso a tecnologia dura - equipamentos e estrutura física - seriam por si só garantia de bom serviço. Isso não é necessariamente verdade, nem o seu contrário necessariamente mentira. </span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Oferecer a população, segundo a sua demanda, o que há de mais tecnológico (e mais caro na grande maioria das vezes) obriga o setor a operar dentro da lógica de que a clínica seria capaz de absorver e resolver o resultado de todas as contradições sociais.</span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Essa visão hermética do nosso sistema de saúde, o qual o destaca da sociedade no qual está inserido, se esquece que o processo de adoecimento, da sua gênese ao seu desfecho, é influenciado principalmente pela forma como a sociedade se organiza. Não é de se estranhar que quem tenha mais recursos tenha acesso a melhores condições de saúde. Nem que seja, no mínimo, a equipamentos.</span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Além de se reforçar a dependência de uma indústria médico-hospitalar cuja influência vai da criação de um senso comum no qual a boa saúde é aquela que possui a intervenção da moda, de última linha, também subverte o papel dos profissionais de saúde, da sua formação a sua atuação. </span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Isso não significa também que a simples construção de uma rede de Atenção Básica com baixa densidade tecnológica e financiamento seja capaz de dar conta das tarefas que a realidade lhe impõe. A forma como a atenção primária a saúde é trabalhada em nosso país revela que, de fato, a nossa sociedade institucionaliza, na assistência, o forte caráter de classe que existe em nosso país. Isso porque a população, em sua maioria, depende da rede Básica de serviços, rede essa que desde a sua instalação trabalha no limite do esforço humano. Baixa remuneração dos profissionais, formação inadequada, precarização da estrutura...ainda que existam resultados práticos louváveis, como a diminuição dos índices de mortalidade infantil, o seu papel acaba sendo o de aliviar as tensões que o modelo hospitalocêntrico reforçava. Nem mesmo a tão falada inserção como agente reorganizador do SUS ou de promotor de participação social são relevantes.</span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Deve-se lembrar também que a diminuição do número de leitos de que fala o estudo, principalmente por parte do setor privado, nos reforça uma dura constatação: o setor privado opera em função do lucro. E só.</span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Isso fica evidente na preponderância do Estado na Emergência e a pequena participação do particular. Ou mesmo do aumento da participação do privado com fins lucrativos sobre o privado sem fins lucrativo. Aumentar a rotatividade dos leitos ou mesmo parar de oferecê-los são estratégias a iniciativa privada para aumentar a lucratividade da sua empreitada</span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">A adoção de critérios de corte como os relacionados ao número adequado de leitos por habitante levanta uma questão importante. Como tais critérios são definidos.</span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Segundo o texto o Ministério da Saúde sugere um patamar de 2,3 leitos por 1000 habitantes. Daí conclui-se que parte significativa da união está em déficit quanto a atenção a saúde. Além disso discute-se também o número de profissionais por unidade federativa. Enquanto a maioria das regiões apresenta números acima dos recomendados pela OMS, a região Norte, por exemplo, apresenta níveis abaixo do esperado e um alarmante perfil de queda da oferta.</span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">A situação da saúde Brasil é preocupante sem nem mesmo uma análise mais aprofundada. De fato há uma série de elementos que devem ser discutidos para que se melhore as condições de acesso ou mesmo de trabalho neste setor. Mas quando a discussão passa a girar em torno de "números preconizados pela OMS" aparece um grande problema. A OMS simplesmente não preconiza a maior parte do que é dito.</span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Neste documento<a href="http://www.opas.org.br/sistema/fotos/leitos.pdf"> Leitos por Habitantes e Médicos por Habitante a OPAS/OMS</a> esclarece no primeiro parágrafo que </span></div><blockquote><blockquote></blockquote><blockquote><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">"A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-americana da </span></i><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Saúde (OPAS) não recomendam nem estabelecem taxas ideais de número de leitos por </span></i><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">habitante a serem seguidas e cumpridas por seus países-membros. Tampouco definem </span></i><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">e recomendam o número desejável de médicos, enfermeiros e dentistas por habitante. </span></i><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Não existe, ainda, orientação sobre a duração ideal das consultas médicas ou um </span></i><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">número desejável de pacientes atendidos por hora."</span></i></blockquote></blockquote><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Isso não significa que não se deva discutir o número de leitos ou de profissionais adequados a uma oferta adequada de saúde a população. Muito pelo contrário. O planejamento das ações deve passar prioritariamente por um exame adequado das necessidades em qualquer área. O que não se pode é confundir o planejamento do Ministério da Saúde para determinados setores com uma determinação universal da OMS sobre a distribuição dos recursos de um determinado país ou região. Não se pode esquecer, também, que dar a tal orgão a posição de fiel na balança quanto a todos assuntos que envolvem a saúde é utilizar como paradigma a opinião de uma instituição cujos princípios e diretrizes são, desde a sua origem, disputados por diversas forças políticas, nem sempre preocupadas com o bem-estar coletivo </span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Se todo programa de metas corre o risco de ser distorcido ou utilizado de forma inadequada, o que deve-se dizer de indicadores que não assegurem, no mínimo, os direitos conquistados na Constituição de 1988? </span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Aliás, num país de dimensões continentais, como é o caso do Brasil, imaginar que as demandas seriam as mesmas seria preocupante. Oferecer o mesmo a todos, sem pesar as necessidades de cada um geraria apenas inequidades num país que, em toda a sua história, apresentou essa triste característica.</span></div><blockquote><blockquote></blockquote></blockquote><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02791258141295279031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-47638534581719120332010-11-20T00:02:00.003-02:002010-11-21T23:36:16.594-02:00A Formação do Profissional de Saúde - A Organização das Escolas de Saúde<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">A privatização da Educação demandaria um realimento ideológico capaz de abarcar a contradições naturais ao controle do mercado sobre qualquer aspecto da vida humana. Os organismos multilaterais produziriam grande quantidade de material sobre o assunto. Guilherme de Albuquerque na sua tese</span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span style="color: black;"><a href="https://docs.google.com/leaf?id=0Byl96uHwKdsOOTAyOGU4ODctNDEzMC00YWFjLTk4MjktNzA0NmM5ODU3ZjUw&hl=pt_BR"><span lang="PT-BR" style="color: blue;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">As Determinações do Capital sobre o Trabalhador em Saúde</span></span></a></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">, explora o que considera de mais importante. Além disso, expõe também o resultado prático das diversas mudanças no ensino de saúde. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">A priori, o discurso quanto às transformações na educação reafirma a necessidade de se promover o pleno desenvolvimento humano: de acesso a trabalho digno a capacidade de tomar decisões informadas. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">O que não fica explícito desde o início é que a posição dos diversos países na diversão internacional do trabalho seria determinante na forma como tal discurso seria implementado. Em</span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span style="color: black;"><a href="http://copyfight.noblogs.org/gallery/5220/Veias_Abertas_da_Am%C3%83%C2%A9rica_Latina(EduardoGaleano).pdf"><span lang="PT-BR" style="color: blue;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">As Veias Abertas da América Latina</span></span></a></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">, Eduardo Galeano nos lembra que:<o:p></o:p></span></span><br />
<span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span></span><br />
<a name='more'></a><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 5pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> <i>"Há dois lados na divisão internacional do trabalho: um em que alguns países se especializam-se em ganhar, e outro em que se especializam em perder. Nossa comarca do mundo, que hoje chamamos de América Latina foi precoce: especializou-se em perder desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se abalançaram pelo mar e fincaram os dentes em sua garganta".</i><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Como resultado, o Brasil, como tantos outros países subdesenvolvidos, seria tomado por uma onda de reformas que teriam o objetivo o desmonte da escola e a garantia da manutenção de uma nova ordem. Ordem essa que assegurasse que a triste constatação de Galeano fosse indefinidamente mantida.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Pois bem, é nesse contexto que surgir a idéia de uma formação ampliada, que ultrapassasse os muros da academia. A família, a comunidade ou ainda a mídia de massa assumiriam parte generosa da responsabilidade antes nas mãos do Estado. Não espanta o surgimento do trabalho voluntário ou ainda do surgimento da figura da ONG como alternativa a precarização do setor. Figuras paliativas, quando muito, passam a reafirmar a necessidade de se ocupar o papel do setor público como única solução para o impasse que os cortes de recursos e/ou a privatização criariam.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Divulgar-se-ia também o mito do pleno emprego, baseado no simples acesso a educação. Argumento fraco basta-nos lembrar que o simples acesso a educação é incapaz de combater o desemprego estrutural (portanto não conjuntural) inerente a nossa organização social.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Passaria a se desenvolver dentro do imaginário popular a idéia de que uma educação adequada combateria a violência, a guerra, que seria capaz de amenizar os conflitos sociais ou mesmo de assegurar o desenvolvimento sócio-econômico de um país. Aliás, a educação seria capaz de reduzir, por si só, toda forma de prática danosa ao bem comum ganhando o status de agente moralizante. Não se discutiria a cultura de guerra ou de conflitos internos de diversos países desenvolvidos (e com educação de qualidade) ou como a sala de aula poderia ser campo de retrocessos, como é o caso de uma formação tecnicizante que coloca o estudante a serviço do setor produtivo e não o contrário, como se espera de uma sociedade que valorize a si mesma. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">As críticas que o Preventivismo faria ao modelo de ensino em saúde ganhariam força no período das reformas pedagógicas. O forte movimento de reorganização dos sistemas de saúde, como visto no texto sobre a</span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span style="color: black;"><a href="https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=explorer&chrome=true&srcid=0Byl96uHwKdsOY2I2NGRmYmItMjYyMy00YmYyLTg1MTItOWE4NWM3ZmM1ODNh&hl=pt_BR"><span lang="PT-BR" style="color: blue;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Atenção Básica</span></span></a></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">, teriam desdobramentos no ensino superior. Seria fundamental que se criasse um profissional capaz de atender os desafios que se apresentavam.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Ao longo desta história, não se pode dizer que não houve disputa entre projetos para a formação do profissional de saúde. Mas não podemos esquecer que as forças que sairiam vitoriosas seriam aquelas que conseguissem cooptar a maior parte do Estado, estabelecendo uma relação simbiótica que levasse a um ciclo em que o desmonte de determinado setor demandasse uma solução do mercado ou, ainda, que a simples inserção do mercado levasse ao desmonte do setor público.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">É assim que o discurso neoliberal chega a formação do profissional atual. Com uma política educacional que permite que cada família veja os primeiros passos dos seus filhos dentro da escola como nada mais que sua inserção no mercado de trabalho. A educação se torna importante a medida que garanta melhores colocações. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4_Ba7Nn6qH7VH37g71kR1ZWxsi3rRQoHxtnXZn3xTO3cf7KPKsncpnsbEs9tuLDDkxs2ab02HzOHF13SwKzXS5boc2WUVVodF967cZmSy02bDWeLd_jc1pKv6wWHtu9hBdgP8KLb9n8g/s1600/escolamunicipal.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4_Ba7Nn6qH7VH37g71kR1ZWxsi3rRQoHxtnXZn3xTO3cf7KPKsncpnsbEs9tuLDDkxs2ab02HzOHF13SwKzXS5boc2WUVVodF967cZmSy02bDWeLd_jc1pKv6wWHtu9hBdgP8KLb9n8g/s320/escolamunicipal.jpg" width="232" /></a></div><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Ser signatário de um projeto de "Educação para todos" (fruto de um Fórum Consultivo da UNESCO) não garantiram a erradicação do analfabetismo ou a mesma facilidade de acesso a educação para toda a população. Portanto, o caráter elitizante do profissional de saúde seria mantido com a diferença de que, com a regulamentação de diversos cursos e a forte expansão do número de vagas da rede privada de ensino superior, diversos estratos da população tivessem acesso as mais diferentes instituições sem que, no entanto se estruturasse um sistema de controle adequado da qualidade de formação.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Pode-se ver que adentrar os portões da faculdade não eliminaria as contradições da sociedade. Nem o seria o trabalho multiprofissional. Aqueles que tivessem mais recursos teriam melhores condições a carreiras que oferecem melhores remunerações no campo da saúde. No geral, o velho ciclo seria mantido.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">A forte orientação para o mercado de trabalho e a capitulação do Estado teria diversos desdobramentos, como a ampliação do número de escolas técnicas de saúde (enfermagem, radiologia, etc) e a forte orientação do Ensino Superior de Saúde para o mercado. O aumento do corpo técnico geraria um exército de reserva capaz de baratear o custo de cada de trabalhador além de ampliar as exigências sobre o seu trabalho.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">O impacto dessa visão sobre a formação profissional teria impacto ainda maior sobre as mulheres. No trabalho escrito a quatro mãos</span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span style="color: black;"><a href="https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=explorer&chrome=true&srcid=0Byl96uHwKdsOZGQ5MmE5YTUtNzRhYy00MGE2LThiNGItMmM2ZTkzNmRmZWFl&hl=pt_BR"><span lang="PT-BR" style="color: blue;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Análise da Força de Trabalho do Setor de Saúde no Brasil: focalizando a feminização</span></span></a></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">, as autoras abordam de forma sistemática a distribuição, por gênero, dos trabalhadores da área. Discute-se a ocupação desigual das profissões, e mesmo a diferença nas proporções entre cada uma delas. O artigo avança até o ponto de discutir a questionável vocação feminina para o setor. Pode-se, por fim, entender que o avanço da mulher dentro da saúde é parte de um processo maior de precarização no qual, o acesso a maior qualificação, portanto, maiores salários, estará vinculada ao homem. Se lembrarmos que o papel de cada um de nós, como seres sociais é fruto de um processo histórico, então as mulheres são duplamente vítimas nesse meio. Primeiro por terem seu trabalho tradicionalmente menos reconhecimento que o masculino e segundo, porque a sua maior participação no setor acontece exatamente quando a ampliação da possibilidade de trabalho vem junto a uma diminuição média dos ganhos salariais. Assim, a feminização do trabalho amplia o exército de reserva sem, em contrapartida, ameaçar por si só a estrutura que gera essa lógica.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">O exemplo feminino é de extrema importância porque serve para entender também outras mudanças. Parte do ideário da educação atual se ancora sobre o conceito de Competência, uma qualidade que se distingue da competência (aqui com c minúsculo) por se tratar de objetos diferentes. Enquanto a competência diz respeito ao domínio de determinada habilidade sendo, portando, passível de avaliação, a Competência é uma qualidade subjetiva, resultado da somatória de diversos elementos internos e externos de cada pessoa. Sua avaliação, bem como sua aquisição, é subjetiva. Ao se reforçar a maior Competência feminina na saúde, aumenta-se grandemente o número de trabalhadoras na área, o que favorece o empregador, ao preço de se impor um papel que não é necessariamente verdadeiro a toda mulher. Como veremos a seguir, essa lógica da Competência será trabalhada de forma mais incisiva nas Metodologias Ativas de Ensino.<o:p></o:p></span></span><br />
<span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgF9XmX5cwRn-wU7Wvx22fsCDQCPpcAacl7eneExB1Ikn-BjC9uZ4WIc9PLcM7_nz0ylbg5lz7QIRSCL5eZkxfnlfZQ2eU5IDW5wY3Py1mPMkO038lZmNP9GjUFBUqdhcxfGX5hIKPB1Rg/s1600/competencia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="189" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgF9XmX5cwRn-wU7Wvx22fsCDQCPpcAacl7eneExB1Ikn-BjC9uZ4WIc9PLcM7_nz0ylbg5lz7QIRSCL5eZkxfnlfZQ2eU5IDW5wY3Py1mPMkO038lZmNP9GjUFBUqdhcxfGX5hIKPB1Rg/s320/competencia.jpg" width="320" /></a></div><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></span><br />
<span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></span><br />
<span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Mas voltando a questão da orientação para o mercado de trabalho, no Ensino Superior o resultado tem sido o mesmo que no ensino técnico, com a diferença de que o processo de preparação dos egressos para a nova realidade demanda a adoção de ferramentas mais sofisticadas. O processo de sucateamento/privatização das universidades gera diversos obstáculos a discussão sobre a qualidade do ensino, favorecendo o aparecimento de corpo docente menos preparado ou ainda diminuindo os recursos materiais para os cursos.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">As transformações mais brandas no processo de ensino valorizaram a introdução de matérias teóricas, que permitam aos alunos o desenvolvimento da técnica de forma precoce. As tranformações mais radicais farão uso das metodologias ativas, do aprender a aprender, inspiradas em</span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span style="color: black;"><a href="http://www.monografias.brasilescola.com/psicologia/piaget-vygotsky--diferencas-semelhancas.htm"><span lang="PT-BR" style="color: blue;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Jean Piaget</span></span></a></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">e no</span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span style="color: black;"><a href="https://docs.google.com/leaf?id=0Byl96uHwKdsOODUyZDI3ZDAtZjJlMy00Y2Q5LTgxMGEtMWQ1YzIyNTk3Njgy&hl=pt_BR"><span lang="PT-BR" style="color: blue;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Escolanovismo</span></span></a></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Além disso, a visão Biopsicosocial servirá de análise para o processo de adoecimento e ainda orientará a prática clínica. Como resposta a atuação cada vez menos preocupada com o usuário do SUS, a Humanização surgirá como resposta. E, ao invés de se prevenir doença entraria em jogo a política de Promoção a Saúde, como foi discutida no artigo sobre</span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span style="color: black;"><a href="https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=explorer&chrome=true&srcid=0Byl96uHwKdsOY2I2NGRmYmItMjYyMy00YmYyLTg1MTItOWE4NWM3ZmM1ODNh&hl=pt_BR"><span lang="PT-BR" style="color: blue;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Atenção Básica</span></span></a></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Além disso, a introdução da prática ou de disciplinas da área das Humanidades cumprirá o papel de lembrar os estudantes de aquele profissional liberal de fato não existe mais. Portanto a adequação a posição de trabalhador assalariado se torna imperativa.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Todas essas transformações terão um único resultado: egressos dos cursos de saúde com conteúdo acrítico e capacitados, principalmente, para minimizar as mazelas da saúde pública que são fruto da maneira como o sistema se organiza dentro da sociedade. Aliás, sistema esse que reflete a própria sociedade que o gerou.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Ter maior acesso ao campo de atuação não gera nada mais que maior domínio sobre a técnica. Não sobre a tecnologia. Portanto, a introdução do estudante de forma acrítica no campo de atuação, apenas garantirá a reprodução da lógica de trabalho a qual a própria academia em diversos momentos se propõe a combater.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">O uso das metodologias ativas encerra uma versão radicalizada desse processo. Ao colocar sobre o aluno a responsabilidade do próprio aprendizado, permite que a análise crítica quanto ao seu papel na sociedade seja colocado em xeque. Afinal, quando cada estudante passa a ter o controle maior sobre a própria formação sem ter acúmulo de informações sobre o que seria importante para tal, seus referenciais serão aqueles colocados pela sociedade (família, mídia de massa, etc) ou por elementos próximos do seu ambiente de estudo. Ou seja, nenhum destes referenciais foi pensado de forma coletiva com o objetivo de fornecer o profissional que melhor sirva a sociedade.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Além disso, as metodologias ativas carregam em seu seio a idéia de que o processo de aprendizado é mais importante que o acúmulo de informação per se já que, o volume de informações seria tão grande, que tentar absorver um conteúdo adequado seria tarefa inglória. Ao utilizar-se do senso comum, reforça que "mais importante que a instituição de origem, é o esforço pessoal do estudante", esquecendo-se que bons egressos demandam sim esforço pessoal, mas que, sem um projeto claro de orientação profissional, bons trabalhadores (bons para o cuidado com a população, claro) acontecem por um processo de inculcação ao longo do aprendizado. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">O importante é desenvolver as Competências naturais (?) ou adquirir tantas outras (?). As<a href="http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12991:diretrizes-curriculares-cursos-de-graduacao-&catid=3"> Diretrizes Curriculares Nacionais</a> serão um grande incentivo a essas transformações, além de agentes externos, como é o caso das Fundações internacionais – destaque para a Fundação Kellogs e seu Projeto UNI (Uma Nova Iniciativa).<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">O que também se esquece nesse processo é que o desenvolvimento científico, tão importante a humanidade, é extremamente prejudicado. Isso porque, por mais que se apregoe que o processo de aprender a aprender passe pelo processo cientifizante de contruir uma hipótese, testá-la e produzir modelos, ignora-se que para que todo esse processo demanda conhecimento. Não conhecimento técnico de como operar as máquinas de um laboratório, mas sim o conhecimento teórico, que permite a realização dos diversos desafios que a vida nos impõe e a sua resolução baseada no papel crítico que a ciência tem para o ser humano.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Ao se tentar romper com a análise Biomédica sobre o processo de adoecimento, o Biopsicosocial não será um contraponto, mas sim uma forma de cooptar e delimitar a área de atuação do profissional de saúde frente a ampliação da demanda pela atenção a saúde. A origem deste modelo fragmentador ainda é disputada, mas pode-se dizer que teve forte papel na psiquiatria a partir dos anos 1960 como forma abordagem clínica. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">No artigo a</span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span style="color: black;"><a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9565189"><span lang="PT-BR" style="color: blue;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Critical Review of the Biopsychosocial Model</span></span></a></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">e posteriormente no livro</span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span style="color: black;"><a href="http://books.google.com.br/books?id=J3F4WUVlORAC&printsec=frontcover&dq=Humanizing+Psychiatrists&source=bl&ots=aXiWCfB5KR&sig=Yi74Ay03vNYvS3ljZpcKqlaZpzM&hl=pt-BR&ei=dw_nTOT1JoW0lQev6c3rCw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=5&ved=0CD4Q6AEwBA#v=onepage&q=Humanizing%20Psychiatrists&f=false"><span lang="PT-BR" style="color: blue;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Humanizing Psychiatrists</span></span></a></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">, o psiquiatra</span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span style="color: black;"><a href="http://www.blogger.com/"><span lang="PT-BR" style="color: blue;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Niall MacLaren</span></span></a></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">faz uma análise acurada das limitações do modelo, avaliando a sua limitação do ponto epistemológico em função da incapacidade de se verificar sua validade do ponto de vista quantitativo ou mesmo do seu desdobramento como modelo Biomédico quando se vai a fundo à avaliação do processo de adoecimento. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Assim, seu grande mérito seria o de promover uma prática integral no dia-a-dia ao se facilitar a promoção a saúde, observar os fatores envolvidos na patogenia e ainda promover um tratamento que esteja de acordo com a capacidade de adesão do paciente. Ou seja, se por um lado adere ao ideal da Atenção Básica, por outro serve como solução mediadora dos conflitos sociais já que ao se pensar o paciente nas suas limitações como ser social evitando atuar sobre elas, o Biopsicosocial garante a manutenção das condições de vida da população. É a prática do jeitinho, do esforço pessoal, da saúde do pobre para pobre.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Vale ressaltar que este modelo se confunde por diversas formas com a</span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span style="color: black;"><a href="http://www.opas.org.br/observatorio/Arquivos/Destaque69.doc"><span lang="PT-BR" style="color: blue;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Integralidade</span></span></a></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">, príncipio do SUS, assim como a Humanização. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Conceito-sintoma originário dos movimentos sociais dos anos 1960, como nos mostra o artigo</span></span><span style="color: black;"><a href="https://docs.google.com/leaf?id=0Byl96uHwKdsOMjgxZjRlOTAtODBkMi00NWVjLWI1YTEtMzZlNzMxZTRhZWI0&hl=pt_BR"><span lang="PT-BR" style="color: windowtext; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span lang="PT-BR" style="color: blue;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Humanização na Saúde: Um Novo Modismo</span></span></a></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">de Regina Benevides e Eduardo Passos, o debate acerca da precarização da saúde a partir dos anos 1970, no bojo da</span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span style="color: black;"><a href="https://docs.google.com/leaf?id=0Byl96uHwKdsOYWYxODgyMjEtOTkxMy00MzE4LTg2NjQtNTQyOTk4NWRkNzBi&hl=pt_BR"><span lang="PT-BR" style="color: blue;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Reforma Sanitária</span></span></a></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">, levantará a pauta da "falta de humanidade" dos profissionais de saúde ou mesmo do sistema como um todo. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS0hHVpn50VX-9IxczLNBa4NNiPtszsD2FTG4XwxWQ7sr8n4xd52r08GX_fxGNdKU6Hf8-fqUvjMaEdF2_C3NUr4KGIYl9LmRLhur1lZD8XDpY7k1dWb0PJtGzR1G_6RPsfjkA4DD2kUI/s1600/humaniza_sus.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="193" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS0hHVpn50VX-9IxczLNBa4NNiPtszsD2FTG4XwxWQ7sr8n4xd52r08GX_fxGNdKU6Hf8-fqUvjMaEdF2_C3NUr4KGIYl9LmRLhur1lZD8XDpY7k1dWb0PJtGzR1G_6RPsfjkA4DD2kUI/s200/humaniza_sus.JPG" width="200" /></a></div><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Como resultado será estruturado um programa, conhecido como</span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span style="color: black;"><a href="https://docs.google.com/leaf?id=0Byl96uHwKdsON2I1NmZlNmQtNTkzNC00MDdlLWI4MzAtZjE2ZmQzYzBiZWNl&hl=pt_BR"><span lang="PT-BR" style="color: blue;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">HumanizaSUS</span></span></a></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">que servirá como base das ações do Estado. Por outro lado, a academia absorverá tal necessidade, sem debate prévio, gerando desde currículos "humanizados" até projetos de estudantes com o objetivo de aliviar o sofrimento causado pelo processo de internação.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">O que se escancara com isso é a responsabilização do profissional de saúde como fonte dos males da saúde brasileira sem antes contextualizar quem é e onde trabalha esse profissional. Portanto traz consigo uma visão superficial do problema na qual se acredita que a adoção de outra atitude frente às dificuldades inerentes atualmente ao trabalho possa limitar sobremaneira o sofrimento da população. Além disso, carrega consigo a idéia do homem bom, tão intensa no Iluminismo e tão infeliz ao se buscar uma natureza moral judaico-cristã inerente ao ser humano que ser perde no processo de convivência.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Deixa-se de analisar o caráter histórico do desenvolvimento das relações sociais e busca-se através da dedicação pessoal (numa atitude de responsabilidade social do estudante) ou na otimização do processo de gerência resolver os conflitos inerentes a nossa sociedade. Forte carga de trabalho, ambiente que por vezes parece cena de filme de terror ou ainda falta de perspectiva ou de amparo legal para o trabalhador. Nesta perspectiva a saúde aparece destacada do resto da sociedade, no tempo e no espaço, o que se configura num absurdo.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Mas diferentemente do que as outras transformações trazem os valores envolvidos na</span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span style="color: black;"><a href="https://docs.google.com/leaf?id=0Byl96uHwKdsON2I1NmZlNmQtNTkzNC00MDdlLWI4MzAtZjE2ZmQzYzBiZWNl&hl=pt_BR"><span lang="PT-BR" style="color: blue;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Humanização</span></span></a></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">não são inerentemente ruins. Ainda que se deva discutir o que exatamente é humano, numa perspectiva que seja mais profunda que um senso comum moralizante, atenção ao cuidado não é ruim. O que se vê de pior é o caráter terminal que o projeto humanizante encerra. Por ser um conceito-sintoma, carecendo de ideólogos que gerem ações sistemáticas, é difícil discutir toda a amplitude de ações que estão contidas nesse movimento. Ainda sim não podemos entender o mesmo como ponto de chegada, mas sim como ponto de partida.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Destes artigos sobre a Formação do Profissional de Saúde o que se pode perceber é o papel ocupado pelo profissional de saúde dentro da sociedade se tornou, principalmente com a regulamentação das escolas de saúde no ínício do século XX, fonte de debates intensos. Ainda que diversas forças tenham atuado com o intuito de promover as mudanças que lhes parececem mais adequadas, o que tem sobressaído é o caráter mercadológico da formação. Se por um lado obtêm-se fontes de lucro no processo de formação deste profissional, por outro o que se vê como resultado são egressos incapazes de analisar a conjuntura em que se encontram e fazer uma análise crítica sobre seu papel na sociedade. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Portanto, o desafio que se impõe é o de analisar de maneira crítica o contexto da saúde atual e propor ações que sejam capazes de tirar este setor, e porque não toda a sociedade, do estado pasmado em que se encontra atualmente.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><br />
</div><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02791258141295279031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-70106867800383372892010-11-19T23:46:00.001-02:002010-11-19T23:58:46.883-02:00A Formação do Profissional de Saúde - A Saúde Preventivista<div style="text-align: justify;">Ao final do século XIX, duas formulações no campo da saúde pública serão predominantes. De um lado, o Preventivismo, fundamentada no capitalismo e, de outro lado, a Determinação Social do Processo Saúde Doença, orientada pela visão socialista da sociedade.<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Na sua formulação original, a Determinação Social do Processo Saúde Doença entende que o papel ocupado por cada sujeito dentro da cadeia produtiva é fator fundamental no processo de adoecimento.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Assim, ainda que um indivíduo seja acometido por um agravo em saúde cuja etiologia seja puramente biológica, sua evolução será, em última análise, determinada pela forma como está inserido na organização social. </span></span><br />
<a name='more'></a><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Não deve-se, portanto, confundir a Determinação com Determinismo. É possível que o ser humano consiga superar as condições mais adversas ou ainda que o acesso a uma vida abastada tenha efeito contrário e gere malefícios a saúde. Mas esses casos são exceção.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Por ser uma visão de forte influência socializante, a Determinação Social do Processo Saúde Doença não encontrará lugar dentro dos países capitalistas desenvolvidos. Ainda que encontre eco dentro da academia e dos movimentos sociais, apenas os países socialistas trabalharão essa concepção como política pública de saúde.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">O Preventivismo surgirá como leitura capitalista dos processos de saúde pública. Não negará a forte influência que a sociedade exerce sobre o processo de adoecimento mas se distanciará de um projeto de intervenção na social.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5zwVB-Nk6W-lO5_mujR0AlUDuj-r4bawbbeBo0NoI_bgNfsUwC9b9rUtQt9L33wKP8Xl1UBBPT1Ka8066XluVp08Tg53O6zhlowh97xcHLmM1vHYGbMpXu1ztRsTSlum6LPB_fRjldjI/s1600/dilema_preventivista.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5zwVB-Nk6W-lO5_mujR0AlUDuj-r4bawbbeBo0NoI_bgNfsUwC9b9rUtQt9L33wKP8Xl1UBBPT1Ka8066XluVp08Tg53O6zhlowh97xcHLmM1vHYGbMpXu1ztRsTSlum6LPB_fRjldjI/s1600/dilema_preventivista.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Tese de Doutorado de Sérgio Arouca</i></td></tr>
</tbody></table><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Na brilhante tese de Sérgio Arouca,</span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span style="color: black;"><a href="https://docs.google.com/leaf?id=0Byl96uHwKdsOYzk5YWJhNDEtYTFiYy00YWI4LTljYjYtMjZkOGQ5ZTZkMzYx&hl=pt_BR"><span lang="PT-BR" style="color: blue;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">O Dilema Preventivista</span></span></a></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">, o autor faz uma análise pormenorizada da construção histórica desta doutrina. Além de construir uma linha histórica que coloca o Preventivismo como descendente direto do Higienismo anglo-saxão, o autor ainda explicita seu projeto político, sua evolução ao longo do século XX e suas contradições, desde sua origem até a sua aplicação.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Como meu objetivo aqui é discutir as bases da formação do profissional de saúde, me deterei apenas nos pontos que me parecem mais importantes para a discussão.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">No artigo A Formação do Profissional de Saúde - 2, o modelo flexneriano se tornaria paradigma para as escolas de saúde. Em seu <a href="http://www.blogger.com/goog_1240782931">N</a></span></span><span style="color: black;"><span lang="PT-BR" style="color: blue;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><a href="http://www.blogger.com/goog_1240782931">ascimento da Clínic</a></span></span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">a,</span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span style="color: black;"><a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u720.jhtm"><span lang="PT-BR" style="color: blue;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Foucault</span></span></a></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">, mesmo sem citar explicitamente o programa de Flexner, deixa claro que tal projeto se propõe a "ser o fiel da balança das contradições da sociedade" ou, ainda, "que a saúde do homem deixa de ser dele propriamente e passa ser disciplina cientificamente construída dominada por poucos".<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">As críticas que seriam feitas a inculcação biomédica, convertida projeto público após o Relatório Flexner, seriam feitas dentro e fora das escolas de saúde. É aí partir daí que o Preventivismo ganharia força. Além de ser uma disciplina acadêmica capaz de amparar os anseios daqueles que discordavam da estrutura dos cursos de saúde, ainda permitia uma análise dos processos de adoecimento em escala social no qual o profissional de saúde tinha o papel fundamental ao servir como esclarecedor dos fatores de risco para a vida da população. Seria então reforçado o domínio do profissional de saúde sobre a saúde de cada pessoa além, é claro, da manutenção do caráter fortemente moralista do Higienismo: as pessoas envelhecem porque A querem.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">O cuidado se tornaria uma forma de Neo-Vitorianismo no qual a forma como se vive e, portanto, cuida-se da própria saúde, seria totalmente dominada pela vontade de cada um. As condições de vida teriam pouca ou nenhuma importância. Era a ilusão da existência de uma resilência infinita. Ou seja, diferentemente do que seus defensores defendiam na primeira metade do século vinte, não era um projeto antagônico ao que estava colocado nas escolas de saúde, mas complementar.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Mas o ponto chave do Preventivismo não é esse. Além de ser uma visão hermética, era delimitadora nos campos da análise e atuação. Por se colocar como única alternativa ao distanciamento do profissional de saúde do humano, por conta da constante redução causada pelo modelo biomédico, além de disciplina (disciplina tampão, segundo Arouca) se tornaria uma bandeira.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Após a Segunda Guerra Mundial, o acirramento da disputa ideológica entre os blocos capitalista e socialista exigiram que não apenas os países centrais participassem do debate acerca de suas políticas de saúde. Foi desta forma que a</span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span style="color: black;"><a href="http://new.paho.org/bra/"><span lang="PT-BR" style="color: blue;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">OPAS- Organização Panamericana de Saúde</span></span></a></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">, a serviço da propagação dos projetos de saúde oriundos principalmente dos EUA, organizaria Seminários nos anos de 1955/56 no Chile e México, respectivamente, com o objetivo de retirar o uso unicamente acadêmico do Preventivismo.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">O resultado destes Seminários seria uma dura crítica a forma de se ensinar: conteúdo, formato, controle da qualidade profissional dos egressos, etc. Tal crítica careceria de maior refinamento, mas criaria terreno favorável as mais diversas mudanças. Formaria-se ali um exército de profissionais, das mais diferentes áreas prontos para assumir a tarefa de impor as transformações necessárias no ensino e, além disso, de reproduzir tal idéia. Mesmo depois do fim da Disciplina Preventivista nas escolas (ou maioria delas) e sua posterior transformação em Saúde Coletiva, seus conceitos-chave ainda estariam presentes. Desde a percepção da atuação clínica como ponto de reorganização das ações em saúde até a hermeticidade da análise dos problemas da saúde pública.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">A crise econômica e social que tomaria força nos anos 1970 demandou uma série de transformações nas mais diversas áreas. Como já foi discutido nos textos sobre</span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span style="color: black;"><a href="http://nespmarilia.blogspot.com/2010/10/atencao-basica.html"><span lang="PT-BR" style="color: blue;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Atenção Básica</span></span></a></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">e</span></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span></span><span style="color: black;"><a href="http://nespmarilia.blogspot.com/2010/10/atencao-basica-fechamento.html"><span lang="PT-BR" style="color: blue;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Atenção Básica - Fechamento</span></span></a></span><span lang="PT-BR" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">, a implantação das políticas neoliberais gerou profundas repercussões para a saúde. Mas para a educação não foi diferente.</span></span></div></div><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02791258141295279031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-61602559104697595562010-11-05T15:16:00.001-02:002010-11-20T00:04:35.177-02:00A Greve dos Médicos e a Atenção Básica (Primária) em Marília<div style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: small;">Marília conta com uma satisfatória quantidade de unidades de atenção primária que estão presentes na grande maioria dos bairros. Essas <a href="http://dtr2004.saude.gov.br/susdeaz/topicos/topico_det.php?co_topico=590&letra=">Unidades de Saúde da Família</a> (USF) compõem uma rede atendimento e atuam como porta de entrada no <a href="http://portal.saude.gov.br/portal/saude/cidadao/area.cfm?id_area=1395">SUS</a>. Esse modelo começou a ser implantado na cidade em 1997 baseado no Programa Saúde da Família que havia sido há poucos anos institucionalizado pelo Governo Federal. Nessa época algumas Unidades Básicas de Saúde foram convertidas em Unidade de Saúde da Família e outras foram construídas em regiões periféricas da cidade. Atualmente, existem 32 Unidades de Saúde da Família que atendem 84 mil pessoas dos cerca de 218 mil habitantes do município.</span></div></div><div style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: small;"></span><br />
<a name='more'></a><span style="font-size: small;"><br />
</span></div></div><div style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div></div><div style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: small;">Cada Equipe de Saúde da Família que compõem as USFs deve ficar responsável pelo acompanhamento de 600 a 1000 famílias, não ultrapassando o limite máximo de 4.000 pessoas. Para que esta estratégia de Saúde obtenha o impacto esperado, todos os integrantes de uma equipe devem cumprir uma carga horária semanal de 40 horas de trabalho, dentro dos princípios preconizados pelo Ministério da Saúde, ou seja, atuar na promoção da saúde, na prevenção das doenças, na assistência e na reabilitação. Deve organizar também, juntamente com o Gestor municipal, os Protocolos de fluxos dos pacientes, definindo as referências e contra referências dentro do Plano Diretor de Regionalização (PDR). A equipe é responsável pela realização do diagnóstico situacional de sua área de atuação, programar as ações baseadas neste diagnóstico, avaliar o impacto de suas ações, monitorar os indicadores epidemiológicos e operacionais, visando uma melhoria na qualidade da assistência oferecida e na vida das pessoas. Todos os profissionais devem dispensar um tempo para visitas domiciliares, realização de atividades com grupos específicos (gestantes, idosos, hipertensos, adolescentes etc...), reuniões da equipe para aprofundamento dos conhecimentos básicos dos agravos mais comuns na atenção básica estimulação do controle social. </span></div></div><div style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div></div><div style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div></div><div style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: small;">Os sucessivos governos municipais têm se esforçado em legitimar essas considerações sobre Atenção Primária, com evidente dicotomia entre o discurso e a realidade desigual presente no atendimento em Marília. No plano discursivo temos a centralidade da Atenção Primária, como uma política resolutiva (resolveria 80% dos problemas mais comuns da população com pouca densidade tecnológica) e porta de entrada dos serviços de saúde de mais alta complexidade como os Hospitais, através da regulação do acesso. Seria capaz, ainda, de racionalizar os gastos, possibilitando melhor aproveitamento dos recursos e melhor atendimento. Todavia, a realidade nos mostra um panorama diferente, já que as unidades básicas são insuficientes perto do crescimento urbano populacional da cidade, com o qual crescem as más condições de vida. Onde poderia haver um trabalho integrado dos profissionais da saúde com a comunidade, através de visitas domiciliares, controles de epidemias, acompanhamento efetivo de pacientes com doenças crônicas, prevenção de doenças da infância, incentivo ao aleitamento materno, criação de espaços para participação popular da gestão das unidades, hoje se encontra um serviço ruim e pouco resolutivo. São fatos que contribuem para essa baixa qualidade a pouca valorização dos profissionais e sua desmotivação, as péssimas condições de trabalho enfrentadas por eles, pouco preparo técnico, ausência de recursos humanos e materiais, falta de referência na USF por parte da comunidade, baixo conhecimento da realidade local gerando pouca inserção social, pequena relação com outras instituições governamentais e de organização social presentes na região de atuação. Assim, grande parte dos indivíduos terá acesso a uma assistência à saúde gratuita restrita ao cuidado básico (primário), ficando sujeita a filas cada vez maiores pela falta de vagas para consultas ambulatoriais e/ou internações. Por sua vez, os diagnósticos estarão mais atrasados que o habitual, interferindo no tratamento e prognóstico das doenças. Tudo isto acontecendo em escalas cada vez maiores pela crescente precarização do serviço. </span></div></div><div style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div></div><div style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div></div><div style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: small;">Essa análise não pretende fazer apologia à assistência terciária, porém é necessário defender uma assistência à saúde integral e universal, que deve se expressar como acesso pleno aos diferentes níveis de assistência à saúde, sempre que necessários. A defesa de um Sistema Público, Integral, Universal e Gratuito de saúde deve superar a defesa do SUS, característico dos projetos reformistas. O SUS reflete a realidade desigual e funcionalista da atenção à saúde em nossa sociedade, contribuindo de maneira expressiva para a reprodução e acumulação do capital, ao abrir novos espaços para extração de mais-valia, tendo o Estado como franco financiador das indústrias farmacêuticas e médico-hospitalares. A superação deste impasse na organização da assistência à saúde universal passa necessariamente pela superação de uma sociedade caracterizada pela apropriação privada dos produtos do trabalho coletivo.</span></div></div><div style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: small;"></span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div></div><div style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: small;">Nori Nello</span></div><div><span style="font-size: small;"><br />
</span></div></div><div style="text-align: justify;"></div><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02791258141295279031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-46629227682785829962010-11-03T12:20:00.005-02:002010-11-20T00:08:21.613-02:00A Formação do Profissional de Saúde - A Organização das Escolas de Saúde<div style="text-align: justify;"><i>No artigo <a href="http://nespmarilia.blogspot.com/2010/10/formacao-do-profissional-de-saude-parte.html">A Formação do Profissional de Saúde - 1</a> explicitei as relações que envolvem a educação formal e o seu papel como produto das relações de produção estabelecidas por cada Sociedade em seu tempo e espaço.</i></div><div style="text-align: justify;"><i>Texto mais centrado em entender o papel da educação, na sociedade atual, a análise histórica só foi buscada quando se necessitava de elementos comparativos, ilustrativos de que as formas de ensino-aprendizado estavam diretamente ligadas as necessidades produtivas de sua época.</i></div><div style="text-align: justify;"><i>O enfoque do texto que se segue não me permite legar o caráter histórico do desenvolvimento das formas de se pensar o profissional de saúde e cometer, assim, a mesma simplificação teórica do primeiro texto.</i><br />
<i><br />
</i><br />
<i>---------------------------------------------------------------------------------------------------------</i><br />
<i><br />
</i><br />
<i><br />
</i><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrTHWH_ah8dQdqe4RQi3fsKngxDm9lqGv7OL9cKJlH1LtXsNeCjLXWAN948E_weN8hW-V4nqcwSWCFBfhBp6VoEZm5oHdJwjRuBg4NgJMNCgzE_PG0s_E5coVsY5vDGp5WSe-aTXXFjE8/s1600/aliena%C3%A7%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="158" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrTHWH_ah8dQdqe4RQi3fsKngxDm9lqGv7OL9cKJlH1LtXsNeCjLXWAN948E_weN8hW-V4nqcwSWCFBfhBp6VoEZm5oHdJwjRuBg4NgJMNCgzE_PG0s_E5coVsY5vDGp5WSe-aTXXFjE8/s400/aliena%C3%A7%C3%A3o.jpg" width="400" /></a></div><br />
<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O processo de especialização e diversificação das formas de trabalho receberam forte impulso através das transformações ocorridas na sociedade européia a partir do século XVIII. Costuma-se creditar tal fenômeno ao avanço no domínio das técnicas e das tecnologias oriundas da revolução industrial o que leva a uma simplificação das relações humanas a lógica da tentativa e erro, retirando-se assim a nossa qualidade mais fundamental que é, através da reflexão sobre determinado problema, gerar formas de trabalho que possam oferecer sustento as nossas necessidades.<br />
<a name='more'></a></div><div style="text-align: justify;">As novas formas de trabalho não surgem por geração espontânea ou simplesmente por demanda técnica. São antes de tudo fruto das formas de se conceber o ser humano e seu papel na Sociedade. Nos séculos XVIII e XIX, o Capitalismo havia amadureceria o suficiente a ponto de gerar teóricos, pensadores que se propunham a entender o seu funcionamento e como implementar mudanças na sociedade de forma a maior sustentação a esse sistema. Não é o Capitalismo uma simples forma de se realizar trocas de produtos. Antes de mais nada é uma forma de se organizar a sociedade, de se pensar no papel que cada indivíduo deve exercer dentro dela. No caso da saúde, um dos braços do <a href="http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u13.jhtm">Capitalismo</a>, o <a href="http://educacao.uol.com.br/filosofia/ult3323u30.jhtm">Positivismo</a>, teria papel fundamental, ao servir de guia na forma de ensinar e de atuar dos mais diversos profissionais. Ao longo do texto veremos que a influência do Positivismo dentro das escolas de saúde se estende até os dias atuais com resultados, para a sociedade, duramente criticados.<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMiay0V8mtRZE_u-71IaAVWeMVJ3KhDMfaSxZgPonEYxrfOh15V5FEuI2fNHptxKMDGDMtGV3LfevSpv0_pvpjUY3WFTpjCgJKCc76rnKdxz7brKlukDbO7739XSv8cFs622qLumDepGM/s1600/mjjun2005-f9c.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMiay0V8mtRZE_u-71IaAVWeMVJ3KhDMfaSxZgPonEYxrfOh15V5FEuI2fNHptxKMDGDMtGV3LfevSpv0_pvpjUY3WFTpjCgJKCc76rnKdxz7brKlukDbO7739XSv8cFs622qLumDepGM/s1600/mjjun2005-f9c.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Trabalho infantil: amplamente <br />
utilizado na Revolução industrial</td></tr>
</tbody></table>Se por um lado o <a href="http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u13.jhtm">Capitalismo</a> permitiu que se expusesse toda a magnitude do trabalho coletivo, também produziu desafios como a pacificação das tensões existentes entre aqueles que tem acesso ao fruto de produção e aqueles que não tem. Na saúde, o resultado dessas diferenças de posição dentro da cadeia produtiva levaria a uma constatação de certa forma simples: o rico e o pobre adoecem e obtem, posteriormente, desfechos diferentes.<br />
A escola positivista não era um homogênea. Com diversos autores e percepções sobre a sociedade, só vamos tratar aqui sobre os elementos centrais ao entendimento da sua influência dentro do ensino e das práticas em saúde. Seriam eles a fragmentação do conhecimento, o uso da ciência (método científico) como forma de se entender as questões sociais (aliás, todas as questões) e a "naturalização" destas mesmas questões. Ao se buscar uma ordem natural para as coisas, era limitante no campo das transformações sociais. <br />
Favoreceria o distanciamento do profissional de saúde da discussão sobre a sociedade no qual o indivíduo que buscava tratamento estava inserido e a influência que ela exerceria sobre ambos, quem dá e recebe o cuidado. <br />
Portanto a fragmentação do conhecimento, além de necessária para a otimização da forma de se entender diversos aspectos da natureza, também carregava um caráter político ao reforçar a tecnicização de cada indivíduo. Isso porque o simples fato de dominar em profundidade o entorno de determinado fenômeno, digamos, a maneira como determinados elementos químicos reagem entre si, não permite ao sujeito entender o papel que aquele conhecimento tem dentro da sua sociedade. </div><div style="text-align: justify;">Como todas outras atividades humanas, o conceito de saúde e suas formas de atenção não passariam imunes.</div><div style="text-align: justify;">Até o início da <a href="http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u7.jhtm">Revolução Industrial</a> as formas de se conceber saúde haviam passado por diversas transformações ao longo da história. De uma explicação metafísica até a adoção de elementos científicos, as políticas públicas sempre refletiram o espírito de sua época como, por exemplo, a espera pela decisão do rei absolutista quanto a maneira como cada súdito deveria cuidar da própria saúde.<br />
De qualquer forma, os conhecimentos acerca do porquê uma pessoa adoecia estavam, em sua maioria, relacionados às condições de vida daquela pessoa ou ainda as ações que cada um tomava no seu cotidiano, partindo, portanto de uma análise moral.<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJm3j-qmbnuDCNysA9VAL-hq7bzU1EoxBCuJAwg7pefO1AbVGGrOl44fpJqF3fcZ7ossPUTVsmwFh0-HPiX7hhRkSOFs_lQc6FEODxZPhGsqXTZOVFEV-35avENKdF0Z5e7-Hg7_SlgLc/s1600/louis_pasteur-1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJm3j-qmbnuDCNysA9VAL-hq7bzU1EoxBCuJAwg7pefO1AbVGGrOl44fpJqF3fcZ7ossPUTVsmwFh0-HPiX7hhRkSOFs_lQc6FEODxZPhGsqXTZOVFEV-35avENKdF0Z5e7-Hg7_SlgLc/s200/louis_pasteur-1.jpg" width="168" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>As descobertas de Louis Pasteur<br />
alavancaram a microbiologia<br />
à exemplo de excelência do <br />
entendimento em saúde.<br />
</i></td></tr>
</tbody></table>Com o advento de conhecimentos mais profundos nas ciências naturais foi possível entender como algumas patologias se instalavam ou ainda como se dava o seu desenvolvimento. O processo científico, ao se firmar como fiel da balança dentre aquilo que era, ou não, relevante em termos de saúde, por um lado permitiu enormes avanços, por outro serviu também ao processo de fragmentação do conhecimento o qual levaria, eventualmente, a compreensão do ser humano dentro de uma óptica puramente biologista. As descobertas da microbiologia seriam utilizadas para sustentar a lógica de um agente causal produzindo adoecimento. Portanto a eliminação deste agente seria o suficiente para se restabelecer o indivíduo ao seu estado saudável.<br />
A partir do momento que as saúde passam a ser custo-efetivas e apresentam resultados duradouros, o seu papel dentro da cadeia produtiva se torna fundamental. Garantir a manutenção da mão-de-obra do empregado tornou-se possível com dispêndio de recursos. <br />
Como vimos no artigo <a href="http://nespmarilia.blogspot.com/2010/10/atencao-basica.html">Atenção Básica</a> é nesse momento que projetos sociais entram em disputa. A terríveis condições de trabalho a que estavam sujeitos os trabalhadores naquele tempo (e que ainda estão a maioria nos dias atuais) em contraposição a vida abastada de outro grupo permitiria a emergência de concepções antagônicas de intervenção. Nos séculos XVIII e XIX as disputas pela forma da política pública de saúde vão repercutir grandemente na maneira de se ensinar sobre a saúde humana e nos conceitos que estarão ali envolvidos. Ainda que em sua maioria a população não tivesse acesso a profissionais de saúde oriundo de uma formação acadêmica, as escolas médicas da época se tornariam referência quanto a assistência.<br />
E é importante que se reforce isso. As outras profissões da saúde existentes no Brasil hoje em dia podem, assim como a Medicina, traçar a sua origem a práticas muito antigas. No entanto o seu caráter prático de restabelecimento da saúde serão fundamentais para o expansão do setor produtivo. Além disso deve-se sempre lembrar da forte influência do <a href="http://educacao.uol.com.br/filosofia/ult3323u30.jhtm">Positivismo</a> na percepção do natural. Aquilo que pode ser quantificado científicamente passa a ser o importante. Muito do entendimento sobre o ser humano, que a psicologia traria, seria visto como distante de uma prática passível de análise científica, portanto menos eficiente, como pregava o Positivismo.<br />
Além disso, no século XIX há uma considerável expansão da indústria médico-hospitalar. Como qualquer empreitada, esse complexo passa se torna fornecedor de produtos para a população com o objetivo de obter lucro. O que diferencia esse setor de diversos outros é que os seus lucros vão depender de um consumo mediado. Explicando melhor: não basta que um medicamento, por exemplo, esteja na farmácia. A grande resolutividade dos tratamentos médicos, somados as representações históricas das profissões de saúde vão garantir ao médico o papel de mediador entre a indústria e a necessidade da população.<br />
Não bastava uma política agressiva de distribuição ou mesmo de competição por novos mercados. Era necessário também que todos os elementos do setor produtivo médico-hospitalar fossem envolvidos para que se garantisse o lucro das indústrias.<br />
Como discutido no artigo sobre a Formação do Profissional de Saúde, a educação está diretamente ligada as formas de produção de sua época. A educação médica, estruturada de forma diversa nos diversos países do mundo seria subjugada, então, pelo setor produtivo. Além de ser orientada ao lucro de um certo grupo, passaria também fazer parte desse mesmo grupo. Era a ascenção do Modelo Flexneriano!<br />
<br />
<br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Modelo Flexneriano</span></b><br />
<br />
Quando a associação de médicos estadonidenses, <a href="http://www.ama-assn.org/">AMA</a>, criou o seu conselho de educação médica (CME) o seu objetivo era produzir alguma forma de regulação sobre as escolas de medicina dos E.U.A. A maneira como isso seria feito só foi possível graças a um acordo feito entre a CME e a Carnegie Foundation for de Advancement of Teaching. Esse acordo previa a criação de um grupo de estudos que analisasse a situação do ensino de medicina naquele país e formulasse propostas para a uma futura reforma.<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghNC8emIFt5_1RAOx4AX5j-meaxfJbEfCdfsHfwA9tEaxROkapzIsOamH3wHh4fhC_VQxKEXJlyamLhNOD6mrGeYZ6I1-havdzpgX-m6K61oluRMZ63gkyfzxW3psOQQfUEG5LnndBjIE/s1600/abraham-flexner-1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghNC8emIFt5_1RAOx4AX5j-meaxfJbEfCdfsHfwA9tEaxROkapzIsOamH3wHh4fhC_VQxKEXJlyamLhNOD6mrGeYZ6I1-havdzpgX-m6K61oluRMZ63gkyfzxW3psOQQfUEG5LnndBjIE/s1600/abraham-flexner-1.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Abraham Flexner: 1866 - 1959</i></td></tr>
</tbody></table>Quem levaria a cabo a tarefa de visitar 155 escolas nos E.U.A e Canadá seria <a href="http://www.schwartzman.org.br/simon/gamaf.htm">Abraham Flexner</a>, pedagogo estadounidense que atraiu a atenção de Henry Pritchett (diretor do <a href="http://www.carnegiefoundation.org/">Carnegie Foundation</a> e grande entusiasta da reforma das escolas médicas) em 1908. A razão disso teria sido o livro de <a href="http://www.schwartzman.org.br/simon/gamaf.htm">Flexner</a>, A American College, que fazia duras críticas ao ensino superior do seu país.<br />
Seriam necessários dois anos, entre as andanças do pedagogo e a compilação dos dados, para que fosse lançado o <a href="http://www.scielo.br/pdf/rbem/v32n4/v32n4a12.pdf">Relatório Flexner</a> (leia o original: <a href="http://www.carnegiefoundation.org/sites/default/files/elibrary/Carnegie_Flexner_Report.pdf">Flexner Report</a>). Custeado pela <a href="http://www.rockefellerfoundation.org/">Rockfeller Foundation</a>, <a href="http://www.schwartzman.org.br/simon/gamaf.htm">Abraham Flexner</a> pode implementar as mudanças que considerava pertinentes no ensino médico graças, principalmente, a grande inserção da família Rockfeller dentro do Governo dos E.U.A. <br />
Nesse documento foram lançadas críticas duríssimas ao ensino de medicina nos dois países investigados além de propostas de fechamento ou de reforma nas escolas que, segundo o pesquisador, se mostrassem viáveis.<br />
O resultado, como os links apontam, foi o fechamento de diversas escolas médicas e a adoção de uma forma homogênea de se ensinar medicina. Forma essa que, somada as pressões econômicas da época, gerariam uma relação visceral entre a saúde humana e o setor produtivo tendo repercussões fortíssimas nas outras profissões da mesma área.<br />
A instituição de um modelo biomédico de entendimento do processo de adoecimento dentro das escolas médicas, ratificaria a biologia como única via de compreensão do adoecer. Aliás, ao se estabelecer na mente dos estudantes de medicina uma formulação de saúde como sendo a eliminação do agente causal da doença, passava-se a entender a saúde como ausência de doença.<br />
Triunfaria o foco sobre os processos físicos elevando enormemente o status de de disciplinas tais como a fisiologia, patologia e bioquímica.<br />
Mas não era simplesmente isso. O <a href="http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v8n1/a03v08n1.pdf">Modelo Biomédic</a>o é mais que uma forma de se entender o processo de adoecimento. Tal modelo orienta as ações em saúde servindo como instrumento de análise do profissional. Se configura assim como óculos através dos quais a própria sociedade enxerga os serviços de assistência.<br />
Esse modelo alicercearia, numa análise da prática pedagógica, a necessidade de grande formação científica, a distância dos aspectos psicológicos e sociais da existência humana, a necessidade de especialização para que se pudesse garantir o domínio prático/teórico de um determinado campo de atuação. Era como se o Positivismo tivesse se concretizado como forma de ensino médico.<br />
A atuação do profissional não contemplaria a prevenção a doenças, se manteria distante dos temas de caráter coletivo e reforçaria o distanciamento profissional numa atitude de observador/objeto. Na tentativa de se minizar estas limitações surgia a Medicina Preventivista, grande influenciadora do ensino médico e tema para artigos futuros.<br />
O modelo de atendimento ao público deveria estar apto a receber tal profissional e dar vazão às necessidades da indústria médico-hospitalar. O hospitalocentrismo e a forte dependência de novas tecnologias se constitituiriam em paradigmas que perduram até os dias atuais. Além disso haveria uma forte tendência a medicalização, permitindo que diversos aspectos da vida humana fossem passíveis de intervenção médica sem que houvesse uma discussão ampla como a que se daria no mundo a partir dos anos 1960.<br />
O <a href="http://www.scielo.br/pdf/rbem/v32n4/v32n4a12.pdf">Relatório Flexner</a> recomendaria ao cursos de medicina um período de seis anos de estudos, com aulas analítico-expositivas ministradas por docentes especializados nas áreas em questão. Em termos pedagógicos não haveria debate mais intenso que esse. A maneira de se transmitir conhecimento sofreria como principal alteração o fim dos Seminários ministrados por especialistas. Seria dividido em três ciclos: 2 anos de matérias ditas básicas (anatomia, fisiologia, bioquímica, patologia, etc), um segundo ciclo também de dois anos de práticas clínicas que envolveria capacidade de análise de doenças (semiologia, propedêutica, etc) e finalmente dois anos de estágio intra-hospitalar (famoso internato médico).<br />
Como foi dito acima, essa lógica seria transmitida aos outros cursos. As razões para disso incluem o grande prestígio que a classe médica alcançaria o que a permitiria interferir decisivamente na forma de se pensar a saúde para a população, a melhor organização do ensino/pesquisa no campo médico e ainda a própria orientação espacial do sistema. A partir do momento em que o hospital se torna a referência social para o cuidado, as práticas em saúde que se converteriam em profissões ao longo dos séculos XIX e XX, estariam no território de domínio médico. Portanto além de ter como professores e/ou orientadores os médicos (já oriundos do modelo biomédico e agora formados dentro da escola flexneriana) , teria também esses mesmos profissionais em posição hierárquica privilegiada dentro do espaço de trabalho.<br />
Cito o caso da Fisioterapia, por exemplo. Como prática de recuperação física, torna-se especialmente importante nos períodos pós 1ª Guerra Mundial graças ao grande número de combatentes que carregam a marca do conflito. Com raízes em práticas que se estendem até Hipócrates, o contexto da primeira metade do século XX seria responsável por gerar um perfil de trabalho que não se alterou desde então.<br />
Com um curso estruturado basicamente no entendimento do corpo humano e sua dinâmica motora, o curso formaria egressos, no seu início, com docentes médicos. O ambiente de tratamento seria intra-hospitalar, demandando tecnologias própria dele.<br />
O resultado de anos dentro dessa concepção não se esgotou ainda. Por ser uma área essencial para a sociedade, a maneira de se pensar e exercer saúde são uma fonte de intenso debate político. Assim, as limitações de um determinado modelo, como o biomédico, trariam resultados perceptivos em escala mundial. A escalada do custo da assistência, o distanciamento entre os profissionais e os pacientes, a demanda por universalização dos sistemas de saúde, movimentos sociais que exigiram sofisticação das suas ferramentas (como é o caso da ética), entre outros, seriam responsáveis por mudanças em grande escala na formação do profissional de saúde. A reforma do ensino contestaria, em termos, o ser humano como ser unicamente biológico.<br />
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Por isso no terceiro artigo vou tratar das transformações ocorridas principalmente a partir da segunda metade do século XX (sociais, econômicas, políticas) e seu impacto no ensino - pedagogias (metodologias ativas, qualidade total, precarização) e o perfil dos egressos das diversas profissões da saúde.<br />
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</div><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02791258141295279031noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-243675949467925402010-10-24T22:18:00.004-02:002010-11-20T00:05:07.633-02:00A Formação do Profissional de Saúde -O Papel da Escola<div style="text-align: justify;"><br />
</div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKwsof4iLofrYENLjhr34KcKisL7QpTOWGF4YRU0BXpZ7IaYPUAa-3ej9G2bQxEWRUsDFT23KD-FatmtO6458c9746nxrWMFu7XtJTvj1HMUu1lcXIc36NNzCezoHgYGgrL20mLun_S1Q/s1600/DILma_X_Serra.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="232" nx="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKwsof4iLofrYENLjhr34KcKisL7QpTOWGF4YRU0BXpZ7IaYPUAa-3ej9G2bQxEWRUsDFT23KD-FatmtO6458c9746nxrWMFu7XtJTvj1HMUu1lcXIc36NNzCezoHgYGgrL20mLun_S1Q/s320/DILma_X_Serra.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><em>Dilma Roussef (e) e José Serra (d): visão de ambos os candidatos sobre a </em></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><em>educação tem grande</em></span><span style="font-size: x-small;"><em> impacto sobre o futuro da sociedade</em></span></td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na reta final do segundo turno das eleições presidenciais de 2010, ambos os candidatos, José Serra (PSDB) e Dilma Roussef (PT) apresentam discursos centrados em temas centrais para a sociedade. Saúde, Segurança e Educação.</div><div style="text-align: justify;">No campo da Educação o discurso dos dois candidatos, ainda que não completamente igual, apresenta elementos em comum no seu discurso (como pode ser visto <a href="http://revistaensinosuperior.uol.com.br/textos.asp?codigo=12653">aqui</a>), que saltam aos olhos: centralidade na "educação de qualidade", escola em tempo integral, construção de escolas técnicas, valorização do trabalho do professor, uso de métodos de avaliação de resultados (quanto a qualidade do ensino prestado), sem contar a ampliação do apoio ao ensino superior, seja via incentivos como o <a href="http://prouniportal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=124&Itemid=140">ProUni</a>, seja via ampliação de vagas nas Faculdades e Universidades do país. Tudo isso colocado dentro de um lógica que diz que só a educação é capaz de fazer "o Brasil avançar rumo ao primeiro mundo", melhorando , portanto, as condições de vida da população e transformando cada indivíduo em cidadão crítico e participativo. Além disso tem o bônus do emprego pleno. </div><div style="text-align: justify;">Conversa para boi domir?<br />
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<a name='more'></a><br />
</div><div style="text-align: justify;">Independentemente do projeto de país que ambos os candidatos apresentam para o país, existe no campo da educação a mesma concessão teórica que coloca em xeque as abordagens na formação do profissional da saúde: a educação é transformadora.</div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-UurQ3gzvcxX0rvO5XUZo26xN1LJtikLFMIwiRNkch8fRVgnbBwT_nykaSYDqpnOSF8a-mUXPt9zurmuJWMSIYyJOZSZ6_5A4ZY4fq3Lr35TRZa1yOyvYIhJSQlOKam_A0m3uRZum4-Q/s1600/paulo-freire.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" nx="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-UurQ3gzvcxX0rvO5XUZo26xN1LJtikLFMIwiRNkch8fRVgnbBwT_nykaSYDqpnOSF8a-mUXPt9zurmuJWMSIYyJOZSZ6_5A4ZY4fq3Lr35TRZa1yOyvYIhJSQlOKam_A0m3uRZum4-Q/s320/paulo-freire.jpg" width="319" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em>Paulo Freire (1921 - 1997): educação transformadora</em></td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: justify;">Ora, mas é comum ouvir-se falar, por exemplo, da obra de <a href="http://www.paulofreire.org/Institucional/PauloFreire">Paulo Freire</a>, educador brasileiro que trabalhou arduamente enquanto construtor de uma forma de aprendizagem que favorece elementos da realidade, de forma crítica e que permitisse que cada indivíduo fosse sujeito ativo do processo. Isso sem contar o grande senso comum que dispõe a educação como forma de alavanca social para melhores condições de vida. Mesmo o aprendizado informal, a tal "escola da vida" é valorizada. Quem sabe por!</div><div style="text-align: justify;">Então qual seria a limitação disso tudo?</div><div style="text-align: justify;">A limitação está na função da educação na sociedade humana. Principalmente quando o assunto é escola já que, desde o seu príncipio, serviu como aparato social para a transmissão de conhecimentos para a população como um todo.</div><div style="text-align: justify;">Toda sociedade, de forma simplificada, pode ser descrita com base nas relações sociais que os indivíduos que a constituem estabelecem. E aqui não podemos ignorar que as relações mais simples, mais inerentes ao ser humano são aquelas que envolvem a manutenção da própria vida. Ou seja, as relações que envolvem a produção dos meios de subsistência daquela sociedade. </div><div style="text-align: justify;">Por exemplo, dentro de uma sociedade primitiva, como aquela em que se encontram muitas sociedades indígenas ainda hoje, a forma como a produção dos meios de subsistência está organizada acaba por determinar as demais relações e influênciar decisivamente a visão de mundo de cada sujeito incluído nesse contexto. Pulando das macro para as micro relações, na nossa sociedae moderna por exemplo, as coisas não diferem em nada. As relações do mercado determinam a nossa visão de mundo. O mercado ainda sim não é uma divindade ou uma entidade a parte da sociedade. Mas apenas uma criação humana, fruto de um grande movimento histórico.</div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://renataleandro.files.wordpress.com/2010/03/sacou_capitalismo.gif" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" nx="true" src="http://renataleandro.files.wordpress.com/2010/03/sacou_capitalismo.gif" width="446" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em>Contradições sustentadas pela educação</em></td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: justify;">Portanto a educação, seja ela obtida dentro ou fora da escola, não foge do contexto em que está inserida. Não basta, portanto, acreditar que a educação, por si só, é capaz de transformar a sociedade - em suas relações mais básica, senão faria-se apenas maquiagem. A educação formal produz como resultado indivíduos capazes de atuar dentro daquela sociedade de forma harmônica, inseridos na cadeia produtiva e prontos para defendê-la. De transformadora a educação possui apenas o potencial. Potencial para fornecer a cada pessoa a possibilidade de entender a realidade em que está inserido e refletir sobre isso. Quando muito. Potencial para permitir que críticas as formas da organização da sociedade sejam feitas. Potencial para construir novas formas de viver, seja através da tecnologia, seja através da análise dos diversos elementos inseridos na vida diária.</div><div style="text-align: justify;">Quando se fala, então, em educação de qualidade, entenda-se que é uma educação que tenha qualidade em cumprir o seu papel. Ou seja, formar o profissional, a pessoa que vai se apropriar das ferramentas que interessam ao mercado (e, por mais contraditório que possa parecer, a sociedade que sustenta esse mesmo mercado). As outras promessas (valorização do professor, ampliação de vagas, etc) geram ceticismo, primeiro quanto a sua implementação, depois quanto aos reais interesses. Merece destaque aqui o investimento em escolas técnicas já que, como o próprio nome diz, elas se baseam em garantir a posse de uma técnica, de reprodução mecânica, inserida diretamente na linha de produção. Nâo é nem discutido a formação para a sociedade em termos formais. Pior que isso. A escola técnica, ainda que importante do ponto de vista social por incorporar um conjunto de saberes fundamentais por serem o resultado do acúmulo de milhares de anos de desenvolvimento humano, se exime de discutir com esse indivíduo sua realidade e suas potencialidades. Ou pior, se dispôe apenas a discutir as potencialidades "profissionais".</div><div style="text-align: justify;">Mas ainda que o acesso educação garanta em, boa medida, ascenção sócio-econômica na nossa sociedade ela não é capaz de erradicar o desemprego. Não o foi em nenhum país capitalista do mundo e não será no nosso. E a razão não é tão complicada como pode parecer a primeira vista.</div> <br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">O próprio setor produtivo depende grandemente de uma certa taxa de desemprego. A competição entre as empresas gera, quando muito a longo prazo, demissões. A guerra gerada por melhores desempenhos leva a uma constante substituição do trabalho humano pelo trabalho de máquinas. Além disso a eterna reorganização do sistema produtivo em busca do aumento da produtividade com gastos cada vez menores gera o mesmo resultado. O indicador taxa de desemprego, fator de análise bastante comum, discute não o quanto falta de empregos para de percentual da população economômicamente ativa, mas sim o potencial de insatisfação popular quanto aos rumos da economia. </div><div style="text-align: justify;">Não é a educação, ou a falta dela, que produz o desemprego então. Nos países desenvolvidos a diminuição da taxa de desemprego se dá, além dos ganhos sociais conquistados por suas sociedades, pela balança comercial favorável quanto aos demais países do mundo. A dependência que o mundo tem das economias ditas centrais influenciam positivamente o setor produtivo interno destas. Como resultado, diminui-se o desemprego. Mas isso não é eterno como se pode ver em diversas crises econômicas históricas. Mas isso já é assunto para outra hora. </div><div style="text-align: justify;">Além da educação formal, existe também aquela que se dá nos mais diversos ambientes. Existem autores que consideram-nas de mesma natureza. Outros discordam. A separação aqui é apenas didática.</div><div style="text-align: justify;">Desde o nosso nascimento a construção da percepção da realidade se dá através das nossas relações sociais. Em termos biológicos isso pode ser observado na ausência de desenvolvimento de certas funções do sistema nervoso quando o mesmo não é devidamente estimulado.</div> <br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUHAp_VDLV7Zphk5QpPVAmxKeuZwBnJ2lPiIDPdyBm14nYZLQ4aRwXe8tuVsA64EB2fpoBtcKlUZQSJvtFfZOHoKg9z2LobITqTZnxeo6TmqcB0edRzYNKvTbu7bQCI0EvLtm82vVD68g/s1600/untitled.bmp" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" nx="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUHAp_VDLV7Zphk5QpPVAmxKeuZwBnJ2lPiIDPdyBm14nYZLQ4aRwXe8tuVsA64EB2fpoBtcKlUZQSJvtFfZOHoKg9z2LobITqTZnxeo6TmqcB0edRzYNKvTbu7bQCI0EvLtm82vVD68g/s1600/untitled.bmp" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;"><em>Lev Semenovitch Vygostky (1896 - 1934):</em> </span><br />
<em><span style="font-size: xx-small;">centralidade nas relações de produção</span>.</em><br />
<em><br />
</em></td></tr>
</tbody></table> <br />
<div style="text-align: justify;">A educação que se dá como processo social, como nos mostra <a href="http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/lev-vygotsky-teorico-423354.shtml">Lev Vygostky</a>. O cerne do seu trabalho está na forma como as relações sociais são, em última análise, o elo entre o indivíduo e sua percepção da realidade. Portanto, de novo, a maneira como a sociedade se organiza, nos seus elementos centrais a sobrevivência (modo de produção) influência sobremaneira como cada indivíduo dentro desta mesma sociedade a vê. Não é impossível romper com os valores que nos são inculcados desde a infância. Mas as forças sociais construídas de forma a manter tais valores, na forma da ideologia vigente (família, mídia de massa, etc) ou do própria Estado (escola, polícia, etc) e, ainda, a sofisticação de tais forças, garantem a manutenção de um forma hegemônica de pensamento. Fundamental para a reprodução das relações sociais que a geraram. </div><div style="text-align: justify;">Resta, portanto a reflexão:em que sentido é utilizado a educação transformadora a que se refere Paulo Freire? </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Esta primeira parte do texto serviu principalmente para dar sustentação a discussão sobre a Formação do Profissional de Saúde. A tarefa não é fácil já que o tema demanda a análise de uma enormidade de fatores e a elucidação de como estes mesmos fatores foram construídos.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"> </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"> </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div> <br />
<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"> </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02791258141295279031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-27477342742978719292010-10-20T20:49:00.001-02:002010-10-21T18:07:54.955-02:00Alteração no Calendário<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbamj85cgJP6LEIX8Suk1o1c5lKva5FyDAwLoH1ejR7Tf7O0biZcwXdEkcbQvurcKp96tbymQGm5fWajOtby7zWwqleTW2I3c_MsMf6k30RxDd9wNFuU6BKrTl-v4BPKlna8F7GDSp2UE/s1600/CALEND~1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ex="true" height="302" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbamj85cgJP6LEIX8Suk1o1c5lKva5FyDAwLoH1ejR7Tf7O0biZcwXdEkcbQvurcKp96tbymQGm5fWajOtby7zWwqleTW2I3c_MsMf6k30RxDd9wNFuU6BKrTl-v4BPKlna8F7GDSp2UE/s320/CALEND~1.JPG" width="320" /></a></div><br />
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Alteração de data:<br />
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O encontro do dia 27/10/2010 sobre o Tema:"A Formação do Profissional " será transferido para para a data de 03/11/2010 em função de pedidos dos ouvintes. Clicando <a href="http://nespmarilia.blogspot.com/2010/07/atualizacao-calendario-nesp.html">aqui</a> você encontra o calendário do ano todo.<br />
Dúvidas, como sempre, basta enviar email para <a href="mailto:rondinelli.salvador@gmail.com">rondinelli.salvador@gmail.com</a> ou no Daca - Diretório Acadêmico Christiano Altenfelder, localizado a rua Aziz Atalah 09, das 12:00 -17:00 ou no Tel e Fax:(14)3422-1858. Ou ainda nos nossos encontros na Famema.<br />
Até! <div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02791258141295279031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-20586826416922554212010-10-20T20:30:00.004-02:002010-10-29T19:26:18.061-02:00Atenção Básica - Fechamento<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihmwimkk5ozPLXvGctnyMV4dC4CKh-flJzI95CUqGapv8pJg-L5zGwOqTfqNS32-Ru25DEvK1BNSxps1sEBJoMLkmsX8nbKsFHSfQinZTXGXayl8vFk6T0bTWgaXAaWERmvQAdDACBbwE/s1600/seminarioDislexiaTranscricoes_clip_image004_0000.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihmwimkk5ozPLXvGctnyMV4dC4CKh-flJzI95CUqGapv8pJg-L5zGwOqTfqNS32-Ru25DEvK1BNSxps1sEBJoMLkmsX8nbKsFHSfQinZTXGXayl8vFk6T0bTWgaXAaWERmvQAdDACBbwE/s320/seminarioDislexiaTranscricoes_clip_image004_0000.jpg" width="320" /></a></div><br />
O último encontro do Nesp resultou numa forte discussão sobre os rumos da Atenção Básica no Brasil. A importância estratégica deste nível de atenção e o seu impacto na sociedade explicam o porquê do surgimento das suas grandes contradições quando levamos em consideração a existência de intesses divergentes na sua concepção e posterior organização. A apresentação de Rondinelli Salvador Silva encontra-se <a href="https://docs.google.com/present/edit?id=0ASl96uHwKdsOZGhxOXc5Y2ZfMTMzZDRtejdiZ2o&hl=pt_BR">aqui</a> e a de Guilherme B. Shimocomaqui <a href="https://docs.google.com/present/edit?id=0ASl96uHwKdsOZGhxOXc5Y2ZfMTU1ZHBrY2Zidjg&hl=pt_BR">aqui</a>. Vale ressaltar que em caso de dúvidas quanto ao espaço basta visitar o Diretório Acadêmico Cristiano Altenfelder - Daca - para mais informações ou ir aos encontros na Faculdade de Medicina de Marília - Famema, nas datas e horários contidos na agenda do Blog.</div><div style="text-align: justify;">Os conceitos que permeiam a sua implantação já oferecem dificuldades per se. Quando a <a href="http://dtr2004.saude.gov.br/susdeaz/topicos/topico_det.php?co_topico=525&letra=R">Regionalização</a> e a <a href="http://dtr2004.saude.gov.br/susdeaz/topicos/topico_det.php?co_topico=340&letra=">Descentralização</a> são pensadas no contexto brasileiro, seus números assustam. Território de grandeza continental, população na casa de duas centenas de milhões e uma estrutura de saúde altamente centralizada no Governo Federal como herança. Mas os desafios vão além disso. Se pensarmos a Atenção Básica em dois eixos, um de Príncípios e outro de Diretrizes, veremos o quão complexa situação se torna.<br />
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<a name='more'></a><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Princípios:</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não é dos principios do SUS que se trata essa análise, mas sim dos elementos inseridos no discurso da Atenção Básica de forma recorrente: <a href="http://dtr2004.saude.gov.br/susdeaz/topicos/topico_det.php?co_topico=550&letra=">Saúde da Família</a>, Comunidade, Cidadania, <a href="http://dtr2004.saude.gov.br/susdeaz/topicos/topico_det.php?co_topico=455&letra=">Participação da Comunidade</a> (Participação Social em Saúde). </div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="361" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIW98Q9-yVNQQUx_bkPbNQUR18wiGcJu1C2yX1qoxorE0Q8wxOX97bEy10K9BzAk1jY5ZpcldV3P4tIzw8_SQpLwe8mO5MU7S4gSuCoNClnwnNKbLETUxmnJBVIuGOn9T_dLAgdLGa8og/s400/a02tab01.gif" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="400" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br />
</td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIW98Q9-yVNQQUx_bkPbNQUR18wiGcJu1C2yX1qoxorE0Q8wxOX97bEy10K9BzAk1jY5ZpcldV3P4tIzw8_SQpLwe8mO5MU7S4gSuCoNClnwnNKbLETUxmnJBVIuGOn9T_dLAgdLGa8og/s1600/a02tab01.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div>Se por um lado a possibilidade de estender as ações em saúde ao interior de cada família abrangida pelo Programa Saúde da Família, por exemplo, possibilita a construção de fortes vínculos entre os profissionais e a população atendida levando a imensos ganhos em diversos aspectos da assistência, possibilita também uma séria fragmentação da percepção destes dois atores quanto ao seu papel e o limite das suas ações.</div><div style="text-align: justify;">Se pensarmos a família (ou o proprio sujeito do cuidado) como epicentro das ações corre-se o risco de dissociar aquele contexto no tempo e no espaço. Assim, as tecnologias terapêuticas de uma dada <a href="http://dtr2004.saude.gov.br/susdeaz/topicos/topico_det.php?co_topico=590&letra=">Unidade de Atenção Básica</a> (USF, por exemplo) passam a ser encaradas em toda a sua potencilidade independentemente das contradições a que tal tecnologia seja aplicada. Explicando melhor: as ações no campo da saúde da família se tornam responsáveis pela resolução de problemas que estão além da sua capacidade. Por exemplo o caso da desnutrição que deixa de se problema social e passa ser meta de números a ser superada nos bancos de dado de cada unidade.</div><div style="text-align: justify;">Por outro lado estende-se ao longo da Atenção Básica a responsabilidade de liderança local. Mas veja, se o Estado é pensado como ente articulado, ainda que em unidades independentes, é interessante notar que o conflito entre os seus setores só é tolerado na medida em que os interesses do próprio Estado (ou melhor, da tecnocracia que compõe este Estado) não está em jogo. Portanto, se por um lado vigilância quando as condições locais ganham um reforço de peso, por outro o foco nesta "única vigilância de peso" permite que interesses do Estado sejam colocados acima.</div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGbgDrDgJDbR28HH_WXXtEn8TgwsdLaghTVNjtTm7euFRfqt5yVnQnxjRCikJumqG_rBDj-YiXjoXD_9FHjod66LpjhX2wR0s7rJ4YSYCnLEYY4KE7_wIBN38cHt6IalsiE0QoaZUGiSE/s1600/paraisomorumbi.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"></a></div>A noção de Comunidade também merece atenção especial. Por carregar diferentes definições dentro dos diferentes campos do conhecimento (até concepções diferentes dentro de um mesmo campo). A Cartilha <a href="http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/sus_3edicao_completo.pdf">SUS de A a Z</a> traz o termo diversas vezes mas só se preocupa em explanar sobre <a href="http://dtr2004.saude.gov.br/susdeaz/topicos/topico_det.php?co_topico=321&letra=">Comunidade Quilombola</a>. Pois bem!</div><div style="text-align: justify;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGbgDrDgJDbR28HH_WXXtEn8TgwsdLaghTVNjtTm7euFRfqt5yVnQnxjRCikJumqG_rBDj-YiXjoXD_9FHjod66LpjhX2wR0s7rJ4YSYCnLEYY4KE7_wIBN38cHt6IalsiE0QoaZUGiSE/s320/paraisomorumbi.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="320" /></td></tr>
<tr align="center"><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><i>Paraisópolis e Morumbi. Exemplo de Comunidade</i></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br />
</td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br />
</td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br />
</td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br />
</td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br />
</td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br />
</td><td class="tr-caption"><i></i></td></tr>
</tbody></table>Se a comunidade é o campo das ações da atenção básica (veja, a centralidade na família pode ser entendida como necessidade do PSF) chegamos às mesmas fragilidades, mas numa escala maior. Não bastase a fragmentação das ações do SUS na forma de <a href="http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=360">Programas/Ações</a> (pode ser entendido como influência de uma concepção pós-moderna em saúde) ou na forma de Campanhas (reflexo da forte influência do Sanitarismo), o próprio ambiente se torna aqui o palco principal dos conflitos. E de novo, isso não é de todo mentira, mas também não o é de todo verdade. Se por um lado este ente chamado comunidade possui autonomia suficiente sobre diversos elementos da sua realidades, por outro não tem forças para alterar aspectos fundamentais da sua realidade. Não é tarefa impossível (será?) lutar por acesso a coleta de lixo. Mas conforme os interesses da "comunidade" se tornam conflitantes com forças maiores, maior também se torna a necessidade de articulação com outros movimentos sociais. </div><div style="text-align: justify;">Isso se torna ainda mais impactante quando na tal Comunidade interesses irreconciliáveis se colocam. A Saúde do Trabalhador por exemplo: como atuar de maneira adequada dentro de um grupo social no qual dois grupos mantém interesses inerentemente antagônicos. Ou seja, como lidar com o fato de que a busca por maior produtividade dentro do setor produtivo implica na piora na qualidade de vida dos trabalhadores. </div><div style="text-align: justify;">Que Comunidade é essa que permite a existência de relações tão contraditórias? </div><div style="text-align: justify;">Aí chegamos a questão da definição do termo de novo. Se comunidade implica em comunhão, objetivos coletivos claros e da vontade da maioria fica claro que sua potencialidade pela construção do bem comum é maior que a comunidade definida como conjunto de pessoas que coabitam determinado local em determinado tempo sem se entender como grupo comum. Quando pensamos em comunidade no contexto brasileiro, do que exatamente estamos falando?</div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiScOLE5zruRC6xHlUTVnl-264FvHVOYguC9LcyzWivKoAEfXU6QALAexkqjQDlxUq15IUNCIl2qGVW4-mSVx7yk2U5OyQqq3PUsdjMKJPXF6rgV-aS3s7O5gr-K8PlYi7QKTByp4lZzyw/s1600/baner_conselho_municipal_saude_index1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a></div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiScOLE5zruRC6xHlUTVnl-264FvHVOYguC9LcyzWivKoAEfXU6QALAexkqjQDlxUq15IUNCIl2qGVW4-mSVx7yk2U5OyQqq3PUsdjMKJPXF6rgV-aS3s7O5gr-K8PlYi7QKTByp4lZzyw/s1600/baner_conselho_municipal_saude_index1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>COMUS</i></td></tr>
</tbody></table>As mesmas liberdades conceituais são dadas a <a href="http://dtr2004.saude.gov.br/susdeaz/topicos/topico_det.php?co_topico=455&letra=">Participação Popular</a> e Cidadania. Aliás, Participação Popular contém definição nos termos da lei quanto as Conselhos de Saúde (conselhos com poder deliberativo). Mas sem uma população formada para tal participação, como se realiza esta participação? Enquanto a população não se organiza como unidade capaz de demandar ações na saúde pública a mesma é culpabilizada por não entender (ou fazer uso) dos mecanismos que lhe são garantidos por lei. Ou ainda, a organização popular faria realmente uso da via institucional para construir as mudanças que lhe pareçam melhor? De novo chegamos a mesma discussão sobre a maneira como o Estado se articula e como os seus interesses, quando confrontados com o da Sociedade, se tornam priorátios.</div><div style="text-align: justify;">A situação se complica ainda mais quanto ao papel do profissional de saúde frente a população. Por ser a ponta de lança do sistema, seus ouvidos se tornam a maior fonte de aquisição de informações sobre as percepções dos indivíduos atendidos quanto a qualidade do serviço. Mas eles são treinados para isso? São capazes de manter autonomia das próprias ações quando seu contrato de trabalho pode ser rompido a qualquer momento, como é o caso da maioria dos trabalhadores da Atenção Básica no Brasil? (vide as <a href="http://www.datasus.gov.br/cns/temas/as_organiza%C3%A7%C3%B5es_sociais_e_o_sus.htm">Organizações Sociais de Saúde - OSS</a>) </div> <br />
<br />
<div style="text-align: justify;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://www.esva.net/ghotes/photo/family/thomas.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" ex="true" height="200" src="http://www.esva.net/ghotes/photo/family/thomas.jpg" width="137" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;"><i>T. H. Marshall, autor de Cidadania</i></span><br />
<i><span style="font-size: xx-small;">e Classe Social - 1950. </span></i></td></tr>
</tbody></table>Quando se fala de Cidadania encontra-se a mesma liberdade conceitual que a Comunidade carrega. Mas se tomamos a obra "Cidadania e Classe Social" de <a href="http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/civitas/article/viewFile/21/4848">T. H. Marshall</a>, teórico que se devota uma grande carga de preocupação quando a temática Saúde (daí, por exemplo, sua presença na Cartilha <a href="http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/07_0374_M.pdf">MultiplicaSUS</a>), veremos que a definição de Cidadania mais amplamente utilizada também tem a sua carga de contradições. Veja como Marshall define Cidadania: segundo Marshall, é a participação integral do indivíduo na comunidade política; tal participação se manifestando, por exemplo, como lealdade ao padrão de civilização aí vigente e à sua herança social, e como acesso ao bem-estar e à segurança materiais aí alcançados.</div><div style="text-align: justify;">Além de vaga (não se define de qual forma se dá esta participação, as formas de organização sociais envolvidas, etc) a percepção do autor apresenta inúmeras limitações como veremos a seguir. Antes disso é necessário lembrar que como intelectual liberal, Marshall verá uma corrente de eventos na construção social a partir do <a href="http://educacao.uol.com.br/filosofia/ult3323u2.jhtm">Iluminismo</a> que levará a conquista de Direitos Políticos - contretizados no direito ao voto e a ser eleito, Direitos Civis - direito ao livre pensamento, a livre associação, a celebração de contratos, a aquisição e manutenção da propriedade, bem como acesso aos meios de se garantir tais direitos - e então os Direitos Sociais - direito a um mínimo de bem estar e segurança sociais. Reforço o termo mínimo (vago e, portanto, preocupante).</div><div style="text-align: justify;">A concretização de tais direitos demandará a existência de elementos institucionais específicos, ou seja, o Estado e todo tipo de organização em seu entorno (advogados, aparato eleitoral, etc). Não basta a lei, portanto. Desta incongruência o autor se safa. <br />
No entanto o seu esquema teórico, muito provavelmente em função da sua, de certa forma, contemporaneidade com o <a href="http://www.mundoeducacao.com.br/historiageral/cartismo.htm">Movimento Cartista</a>, coloca a pressão popular como elemento fundamental na construção dos Direitos já citados. No entanto a outorga desses direitos ficaria a critério das classes dominantes e da burocracia do Estado e espera que tal coexistência legitime a forma como a sociedade se organiza.<br />
Se os Direitos são "conquistados" desta forma e são eles a base da Cidadania então chegamos a um problema sério. Duas classes sociais com interesses contrários com, em princípio, forças desiguais. Enquanto a classe dominante, das mais diversas formas, mantem o Estado como sua grande força - lembrando que Marshall, como <a href="http://educacao.uol.com.br/historia/iluminismo-3.jhtm">Liberal</a>, indentificará os donos dos meios de produção como classe dominante - para promover seus interesses, os trabalhadores terão sua capacidade de formação teórica e de autoorganização. Portanto, diferente do que previu o autor, os Direitos (e por conseguinte a Cidadania) não serão apenas outorgados pelo Estado, mas antes de tudo, concedidos. Sim, concedidos na medida na inevitabilidade de um processo de rompimento da forma de organização social em função de outra na qual os que não tem passem a ter poder sobre os elementos que fazem a classe dominante, dominante. Ou seja, os meios de produção.<br />
Se toda a Cidadania é uma forma de concessão com objetivos bem estabelecidos, como está na base da lógica do SUS (lembremos que Marshall é o autor preferido nas Cartilhas) então além de desvirtuar o debate sobre a real viabilidade na busca dos direitos na saúde (Direitos Sociais, certo?) por duas vias:<br />
<br />
1) Graças ao sistema no qual pressão popular só pode gerar para esta mesma população ganhos ilusórios, ou seja, ganhos que a priori melhoram as condições de vida mas que a posteriori são compensados das mais diversas formas.<br />
<br />
2) Ao se tornar discurso hegemônico confunde os fins com os meios. Os Direitos só são realmente consquistados por quem tem as mesmas condições da classe dominante do autor. Ou seja, por mais que o jogo político permita que o eleitor escolha determinados indivíduos para governar um país, tais indivíduos estarão sempre articulados com quem já domina o Estado (e portanto a Sociedade?) de tal forma a não causar reais mudanças nas relações sociais.<br />
<br />
Além disso o indivíuo cidadão é aquele que usufrui dos Direitos consquistados, sendo este o maior objetivo da Atenção Básica, por exemplo. Ser um elemento que garante à "Comunidade" a "Cidadania". Sem nunca discutir de fato que Cidadania é esta ou ainda se existiriam outras formas de cidadania.<br />
<br />
<br />
<b>Diretrizes:</b><br />
<br />
De novo vale lembrar que aqui não falamos das diretrizes do SUS, mas sim das formas de organização do serviço que fazem parte do discurso corrente sem que se faça, na maior parte do mundo, nenhuma reflexão sobre elas. A ênfase na Gestão do Setor, o Trabalho Multiprofissional, e a Fragmentação da Atenção. <br />
Não é incomum ouvir que o problema do setor de saúde é a má gestão do sistema. Seja por corrupção, por má organização dos seus instrumentos ou da falta de pessoal devidamente capacidado. É claro que esse é um tópico importantíssimo. Mesmo que as necessidades da população fossem plenamente atendidas, a necessidade de discutir a organização do serviço não seria inútil. Afinal a busca pela melhor forma de investir os recursos deveria ser um tema central a toda organização que se dispõe a garantir sua eficiência, eficácia e efetividade.<br />
Mas no nosso caso o problema central não é esse. E isso deve ser reforçado de diversas formas, haja vista que existem, no campo da administração/gestão, diversas formas de se organizar um serviço. Portanto corre-se o risco a todo tempo de buscar na mudança das formas de coordenação de trabalho a solução dos problemas. Ou pior, corre-se o risco de se trocar gato por lebre, já que não é de hoje que modelos de gestão/administração ganham uma maquiagem aqui ou lá, roupa nova, um nome sonoro e são vendidas como uma forma "moderna" de se lidar com a saúde. <br />
O SUS é um sistema nacional de saúde, que interliga diversos serviços e que demanda, portanto, uma série de condições para o seu funcionamento nos termos da lei. Se o seu objetivo é oferecer o que há de melhor, e não entendamos o melhor como o mais caro, então vemos que a sua organização importa. E muito. Mas, por outro lado, se observamos os números envolvidos - 190 milhões de habitantes, 3 níveis de atenção, diversidade étnica, condições econômicas e peculiaridades regionais as mais diversas, dentre outros, não é difícil concluir que os <u>recursos financeiros</u> demandados são muitos. Aliás, do tamanho dos desafios que se impõem para a realizar plena do SUS, ou seja, imensos!<br />
Portanto centrar a discussão na organização sem antes falar em financiamento é o mesmo que discutir como será a mesa para o jantar sem saber se tem comida pra todo mundo. E isso é prática comum. Vamos fazer uma brincadeira. Compare o número de artigos sobre os tópicos <em>"financiamento em saúde"</em> e <em>"gestão em saúde" </em>no <a href="http://www.scielo.org/php/level.php?lang=pt&component=56&item=1">Scielo</a> e depois disso no Google. No <a href="http://www.scielo.org/php/level.php?lang=pt&component=56&item=1">Scielo</a> o resultado é de <a href="http://search.scielo.org/?q=financiamento%20sa%C3%BAde&where=ORG">250</a> x <a href="http://search.scielo.org/index.php">763</a>. No Google a coisa fica ainda mais complica. A diferença é de 3 vezes, ou melhor <a href="http://www.google.com.br/#hl=pt-BR&source=hp&q=financiamento+sa%C3%BAde&rlz=1R2SKPB_pt-BRBR350&aq=f&aqi=g10&aql=&oq=&gs_rfai=&fp=980f2b408a5b9a0c">3.950.000</a> x <a href="http://www.google.com.br/#hl=pt-BR&rlz=1R2SKPB_pt-BRBR350&q=gest%C3%A3o+sa%C3%BAde&aq=f&aqi=g3&aql=&oq=gest%C3%A3o+sa%C3%BAde&gs_rfai=&fp=980f2b408a5b9a0c">12.400.000</a> (não deixe de clicar nos links para ver o resultado das pesquisas). Admito que seria necessário uma análise mais profunda dos resultados encontrados, o resultado nos oferece um bom termômetro.<br />
Além do subfinanciamento proporcional, ou seja, o setor público investe menos que o privado, o montate de absoluto também causa vergonha. Infelizmente a discussão exige a demonstração dos números o que demandaria uma discussão prolongada. Então deixemos isso para outro post. Mas basta lembrar que a simples regulamentação da <a href="http://www.camara.gov.br/internet/tvcamara/?lnk=ENTENDA-O-QUE-E-A-PEC-300-PROPOSTA-QUE-CRIA-UM-PISO-NACIONAL-PARA-POLICIAIS-E-BOMBEIROS&selecao=MAT&materia=111644&programa=2&velocidade=100K">PEC 29</a> representaria um avanço nesta questão mas, nem de longe, diminuira a necessidade de mais recursos.<br />
Mas o baixo financiamento não se reflete apenas na assistência (por assistência entenda-se aqui as ações de prevenção, promoção de saúde, etc), mas também na formação do corpo profissional. Ainda que a capacidade de trabalho em grupo tenha se tornado palavra de ordem na formação profissional atual, a maneira como esta formação é feita e a sua lógica ainda encontram dificuldades. Seja de formulação, seja de aplicação. <br />
A fragmentação do conhecimento (inevitável?), fruto do desenvolvimento científico humano ou até a precarização profissional levaram ao surgimento das mais diversas profissões. Portanto, agora sim, a gestão se torna fundamental para o desenvolvimento de formas de coordenação do trabalho. E não falo de ilhas com informações que fluem. O processo de cuidado humano é dinâmico, deixando frente a frente diversos profissionais que, no modelo atual, só se encontram quando oferecem o cuidado de forma conjunta. <br />
O Trabalho Multiprofissional é por si complexo. No artigo Paula Costa Mosca Macedo, <a href="http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rsbph/v10n2/v10n2a05.pdf">Desafios Atuais no trabalho multiprofissional em saúde</a> a autora elenca diversos complicadores das ações: produção de tensão, dificuldade de comuniação, entre outros. Mas um merece maior importância. A assimetria de poder.<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuaKeO745dZg_I0NqrlhfBig6HBnQCwJHQG3jsVBYeEFlyeZHmB9laEPuze-oFLhX5xO3gW6nLlYllfh7z1Wn-wwngTiCebMPyn0gY_zW8HHG_BoEHbSC-ymK3NmF2uc7hc7BEVkZLgHY/s1600/Foucault01.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" ex="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuaKeO745dZg_I0NqrlhfBig6HBnQCwJHQG3jsVBYeEFlyeZHmB9laEPuze-oFLhX5xO3gW6nLlYllfh7z1Wn-wwngTiCebMPyn0gY_zW8HHG_BoEHbSC-ymK3NmF2uc7hc7BEVkZLgHY/s1600/Foucault01.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em>Foucault, que tanto contrubiu para o debate em </em><br />
<em>saúde</em></td></tr>
</tbody></table>E não é difícil enteder porque. Afinal, diferente do que <a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u720.jhtm">Foucault</a> contrói no seu <a href="http://suanemendonca.blogspot.com/2009/05/resenha-microfisica-do-poder.html">Microfisica do Poder</a> (no link do livro a resenha discorda de mim em alguns pontos. Mas o objetivo aqui é fomentar o debate, certo?), não são as microrelações que constrõe as macrorelações, mas exatamente o contrário. É a ideologia numa determinada época e local que vai dominar as microrelações. Assim, o trabalho multiprofissional além de ser um espaço onde as tensões sociais ficam mais claras, ainda permite o retorno àquele relação contraditória na qual a gestão subverte o finaciamento.<br />
Mas se a fragmentação do conhecimento favorece a diversificação das atividades profissionais, não é essa fragmentação por si só que gera a fragmentação do cuidado.<br />
A fragmentação do cuidado oferece em, grande medida, a possibilidade de se lembrar que o foco das ações em saúde são a melhora da saúde indiviual. Imaginar que o coletivo deveria ser tratado por si só seria o mesmo que imaginar que construir um campo de futebol deveria beneficiar a beleza acima de tudo em detrimento da diversão dos torcedores e jogadores.<br />
Pois bem, então não é aí que se encontra a limitação desta visão. Mas sim em outro campo.<br />
A fragmentação das ações, além do seu já citado caráter sanitarias (nas campanhas com objetivos específicos) também tem seus pés numa forma de visão das relações sociais conhecida como <a href="http://www.espacoacademico.com.br/035/35eraylima.htm">Pós-Modernismo</a>.<br />
Nesta visão tudo se torna relativo (não, Einstein não é autor dessa frase). Forma-se um verdadeiro sopão no qual todas visões de mundo tem a mesma validade e a maneira como elas foram construídas pouco importa. A subjetividade passa a superar a objetivade na análise da realidade. A história teria acabado, com o momento atual, século XXI sendo seu ápice (não sei se isso é otimismo ou pessimismo ainda). Os conflitos sociais deixam de ter origem no conflito entre classes sociais e passam a ser visto como ancestrais, milenares ou culturais. O embate entre celebridades é decisivo já que existe a noção de que grupos sociais apresentam identidades diversas e então necessidades diversas. Então cada celebridade se torna porta-voz de determinado grupo. E não por ser, na concepção pós-moderna, o indivíuo célebre parte de uma esquema social maior, no qual o seu papel é estruturado em função da manutenção da organização social, mas sim pelo seu poder de influência, pelo fascínio que gera. Cria-se assim uma cidadania mundial em que as barreiras caem frente a identidade comum que cada grupo tem entre si ao redor do mundo.<br />
A ênfase na luta política é focada nas eleições (lembremos da Cidadania) e a educação passa a ser o motor da história sendo ela, em qualquer forma, a única forma que o sujeito encontra de melhorar a própria vida. Educação que passa a ser vista não como direito, mas dever. <br />
E na saúde?<br />
Na saúde o resultado é inquietante. Usa-se o discurso da " falta de vontade política". Ainda que se saiba muito bem que vontade política não falta. O que falta é vontade pelo bem comum.<br />
As ações se fragmentam. A saúde do índio demanda ações diferentes da saúde da mulher que demanda programas distintos da saúde do idoso e assim ad infinitum. Populações são vulneráreis por causas comuns, não por causas diversas. A necessidade anti-retroviral tem a mesma origem da necessidade de atenção no pré-natal. Sobrepor a clínica a epidemiologia e a epidemiologia ao estudo das relações sociais nos faz pensar que a forma de atenção implica em melhora da qualidade de vista. E o resultado não é este.<br />
Quem tem fome quer comer. Não pode esperar por soluções a longo prazo. Mas e depois que a fome é saciada. E as outras necessidades que surgem?<br />
E a ênfase nas vias insitucionais. A sua importância não é pequena, mas por si só, como já foi discutido, não apresentam a capacidade de mudança que se propôem a fazer. E a cidadania universal na qual todos os grupos se identificam como iguais mas as condições de vida são as mais diversas possíveis. É possível que o mesmo boné da Nike identifica na Noruega e no Brasil a mesma adolescência?<br />
<br />
E de tudo isso o que se tira desta discussão é que o SUS e a sua Atenção Básica não são projetos acabados. E isso não é retórica. A exposição das contradições do sistema, desde a sua gênese exige mais que um texto. Sei lá quantas teses seriam capazes de demonstrar isso. O importante mesmo é enteder que a responsabilidade pela contrução deste projeto é de todo mundo.<br />
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<br />
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</div><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02791258141295279031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-67120830100248655652010-10-12T20:15:00.002-03:002010-11-20T00:05:38.323-02:00Atenção Básica<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://granitegrok.com/pix/TheRoadToSerfdom.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" ex="true" height="320" src="http://granitegrok.com/pix/TheRoadToSerfdom.jpg" width="210" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Clássico Neoliberal. Por razões óbvias, </i><br />
<i>r</i><i>aramente </i><i>citado como guia de </i><br />
<i>Política Pública de Saúde. </i> </td></tr>
</tbody></table><div style="border: medium none; text-align: justify;"> O intenso debate que se seguiu ao longo das décadas de 1970 e 1980 levou a um reforço considerável do papel da organização dos sistemas de saúde no mundo. A recessão mundial e suas consequências conduziram diversos países a reorientar seus investimentos públicos em áreas chamadas de sociais (educação, saúde, segurança, etc) segundo a emergente Cartilha Neoliberal. Cortes de investimentos, reorientação do financiamento público, novas formas de se pensar e agir foram implantadas como salvação para as dificuldades que se impunham aquela época.</div><div style="text-align: justify;"><div style="border: medium none;">Apesar da forte pressão que o setor econômico sobre o Estado na busca por melhores condições de produtividade e, portanto, de obtenção de lucro, as reformas não aconteceram sem que houvesse resistência. Assim, no campo da Saúde Pública, tornou-se imperativo que um conceito que a muito vinha sendo utilizado sem que uma definição clara lhe fosse dada, emergisse do campo dos conceitos-sintomas para uma forma de conceito-chave: a Atenção Primária a Saúde.</div></div><div style="text-align: justify;"><div style="border: medium none;">Apresentada pela primeira na Grã-Bretanha, no ano de 1922, pelo Serviço Nacional de Saúde, a Atenção Primária a Saúde se propunha a ser uma forma de organizar o embrião de um sistema de saúde (que se tornaria universal no ano 1946) em três níveis de atenção: Primário, Secundária e Terciário. O nível primário serviria de porta de entrada para a população ao sistema de saúde e seria uma projeto diretor da alocação de recursos deste mesmo sistema. Explicando melhor: por estar descentralizado, regionalizado e em contato frequente com a população, tal nível de atenção seria capaz de avaliar as necessidades de sua área física de ação e alimentar com dados e novas formas de trabalho todo o sistema.<br />
<a name='more'></a> </div></div><div style="text-align: justify;"><div style="border: medium none;">Tal idéia não é fruto de geração espontânea como talvez o texto tenha dado a entender. Ao longo dos séculos XVIII e XIX as revoluções industrias geraram uma carga imensa de tensão social em função da grande exploração que os trabalhadores em alvo naquele tempo. Crianças, gestantes e pessoas com todo tipo de agravo em saúde eram colocadas na linha de produção nas piores condições possíveis em cargas horárias de até 16h. </div></div><div style="text-align: justify;"><div style="border: medium none;">Se somarmos a isto o fato de que os avanços não foram apenas técnicos mas também na percepção do mundo, veremos que duas ideologias conflitantes entraram em ação àquela tempo como subsídio teórico as discussões no campo da saúde: o Liberalismo e o Socialismo.</div></div><div style="border: medium none; text-align: justify;"> <br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="border: medium none; text-align: center;"><a href="http://www.humanproductivitylab.com/images/blog_pics/marx_smith_340x247px.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" ex="true" height="232" src="http://www.humanproductivitylab.com/images/blog_pics/marx_smith_340x247px.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="border: medium none; text-align: center;">Karl Marx a Esquerda e Adam Smith a Direita</td></tr>
</tbody></table> <br />
<div style="border: medium none;">O Liberalismo utilizaria de uma lógica de processo Saúde/Doença conhecida como Higienismo (muito em voga na Grã-Bretanha, EUA e Canada no século XIX e começo do século XX). Por entender a todos como iguais em possibilidades (e supostamente livres para fazer o uso que melhor de aprouver destas) não é de se estranhar que todas as suas análises refletissem esse paradigma. Ao colocar o indivíduo como responsável total pela sua saúde e pelos seus agravos, o Higienismo permitia que o cuidado com a população fosse de responsabilidade dela própria. Se o indivíduo adoecia era por falta de educação. Se não tinha educação era por falta de esforço seu ou dos seus familiares. Se não tinha dinheiro de reserva para o caso de adoecimento isso se dava por constatações as mais absurdas, como a de um lapso moral...Becquerel, em 1883, entenderia a Higiene como o ato de conversar a vida. Claro que, de responsabilidade única e exclusiva do próprio detentor dela. </div></div><div style="border: medium none; text-align: justify;"> <br />
<div style="text-align: right;"></div> <br />
<div style="border: medium none;">A percepção Socialista colocava via a saúde, seu a acesso a ela ou mesmo seu restabelecimento como sendo diretamente ligado ao papel que cada um ocupava dentro da cadeia produtiva. Não era portanto uma suposta ignorância intrísica do ser humano ou preguiça que determinavam em última análise a sua história da saúde. Era o fato de ter ou não a posse dos meios de produção. Assim não seria reorganização de sistemas de saúde ou simplesmente da prática clínica que alteraria o acesso da população a saúde. A tomada dos meios de produção e a sua então socialização alteraria dramaticamente a vida da imensa maioria da população. Vale aqui ressaltar que a crítica ao Capitalismo, ancorada principalmente na lógica do lucro em primeiro lugar, também teria papel importante. Afinal era essa busca se medidas pelo lucro que piorava/piora enormemente a vida da população gerando toda sorte de violência, doença, etc...</div></div><div style="text-align: justify;">O Higienismo (Liberalismo)se converteria em Medicina Preventiva no século XX e em contraposição surgiria a Medicina Social. (Socialismo).<br />
<div style="border: medium none;">Não é de se estranhar portanto que, no epicentro do capitalismo mundial tal embate ideológico se tornasse tão drámatico na Inglaterra do começo do século XX. A reestruturação dos serviços de saúde e a construção da Atenção Primária a Saúde ficariam sobe a lógica da Medicina Preventiva. Teoria ainda incipiente, carecia de melhor definição, mas já se propunha a orientar os serviços a diminuição dos agravos e saúde, prática orientada as necessidades da população, uso racional dos recursos e atenção orientada a comunidade.</div><div style="border: medium none;">Como já dito, em 1946, cerca de um ano após o final da Segunda Guerra Mundial o surgimento de um Sistema Universal de Saúde colocou em cheque o modelo de conciliação entre lucro e bem estar da população. Apesar da sociedade ter se mantido dentro da lógica capitalista entendeu-se ali que a vida, ou melhor, a sua qualidade, não poderia ser tratada como mercadoria. Ainda que existam imensas contradições entre a maneira como a sociedade se organiza e a sua atenção a saúde, o fato de ser um país central na economia mundial consegue minimizar e muito isto. Mas isso é uma discussão para outro momento.</div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://www.bedfordshire.nhs.uk/images/nhs_how_we_fit.gif" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" ex="true" height="262" src="http://www.bedfordshire.nhs.uk/images/nhs_how_we_fit.gif" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Sistema de Saúde da Inglaterra. Note que Care foi traduzido como Atenção e não Cuidado.</i></td></tr>
</tbody></table><div style="border: medium none;">A <span style="background-color: white;">37ª Conferência das Nações Unidas (1977), a 1ª Conferência Internacional de Saúde</span><span style="background-color: white;"> e a Carta de Ottawa (1986) acabam reforçando a centralidade no nível primário. A pergunta que se deve fazer agora é: como toda uma estrutura de estado, ou até supranacional, decisivamente influênciada pela lógica do lucro poderia gestar e depois manter um serviço universal para a grande população, principalmente nos países subdesenvolvidos onde as condições de vida são as mais difíceis, sem gerar um grande conflito nacional?. A resposta é simples: não pode. </span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZdMg5fMlzgyYCi2MVFl8K_mHqgcKVJwsX_i8dKBgj2H84dvwhUO2Vt8gudnfgVRNOEnsXlyLUVwYpsyYKjX6nugTAxTKMuGQbmAxbbsFe69fKk3U22NbsKMOUPqDIoslPSIqGgPsaSG4/s400/caderno+de+aten%C3%A7%C3%A3o+b%C3%A1sica+23.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" ex="true" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZdMg5fMlzgyYCi2MVFl8K_mHqgcKVJwsX_i8dKBgj2H84dvwhUO2Vt8gudnfgVRNOEnsXlyLUVwYpsyYKjX6nugTAxTKMuGQbmAxbbsFe69fKk3U22NbsKMOUPqDIoslPSIqGgPsaSG4/s320/caderno+de+aten%C3%A7%C3%A3o+b%C3%A1sica+23.jpg" width="244" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Capa de uma Cartilha destinada a Atenção</i><br />
<i>Básica no Brasil</i></td></tr>
</tbody></table><div style="border: medium none;">Como ficaria claro no Brasil a partir da Construção da Atenção Básica, a lógica aqui aplicada seria a sugerida pelo Banco Mundial. No artigo de Maria Lucia Frizzon Rizzotto <a href="https://docs.google.com/fileview?id=0Byl96uHwKdsOZGQwZjhmNDQtZWI5MC00YWJhLTk1YWMtNDM3YjZjMzk4MmU4&hl=pt_BR">O Banco Mundial e as Políticas de Saúde nos Anos 90</a> (Destaque para página 157), Subfinanciado, com parcos recursos materiais e humanos, trabalhando dentro de forma precarizada e, em muitos caso, com formação precarizada. Construiria-se assim um sistema de saúde pobre para pobres. Com o ascenço da Saúde Suplementar e a incapacidade do SUS em prover serviços de mesma qualidade ou ainda de interferir no processo saúde doença da forma como se propõe por dificuldades estruturais (e não conjunturais) o primeiro nível de atendimento passa a carregar também a responsabilidade de ser um mini-hospital, tentando resolver com o mínimo de recursos o máximo de agravos.</div><div style="border: medium none;">O PCAS - Programa de Agentes Comunitários somado ao PSF - Programa Saúde da Família se tornariam paradigmas a ser seguidos. Considerados pelo Ministério da Saúde programas bem sucedidos, passam a integrar a ESF - Estratégia Saúde da Família.</div><div style="border: medium none;">Ainda que carregue as contradições do SUS, atualmente o PSF está em 94% dos municípios do Brasil contando com cerca de 23.710 equipes, com plano de ampliação para 32.000 equipes ao final do ano de 2010. </div><div style="border: medium none;">Forte presença das OSS na gerência do setor, falta de plano de carreira para seus funcionários, baixíssima participação social nas decisões, absorção de profissionais não formados ou formados para outra lógica de trabalho, carga de trabalho exaustiva, baixo diálogo com o resto da rede e forte medicalização são, dentre outros, fatores determinantes para a baixa resolutividade do modelo. Resta lembrar que enquanto não se rompe com o ciclo vicioso no qual quem pode menos sofre mais e portanto passa a poder menos ainda não há reorganização de sistema de saúde ou investimento suficientemente grande para atuar na maior das fragilidades da nossa sociedade.</div><div style="border: medium none;"><br />
</div></div><div style="border: medium none; clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="border: medium none; clear: both; text-align: center;"></div><div style="border: medium none; clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="border: medium none; clear: both; text-align: center;"></div><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02791258141295279031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-29488480771959382572010-09-26T22:42:00.007-03:002010-10-18T19:07:45.445-02:00Neoliberalismo e Impactos na Saúde<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1QGA-ylCXz8MtuONzVEygd1nxXpnpJF6869Vb9eyMCKtW53EQ9qplExLxOpTqwpQanWjcBrp9WMVCxdOBiluVScdsj1UAK0U1OQ236QT0R3CuqQ-140xRsC60Tk3GWq6hQYJgUN-EP_k/s1600/neoliberalismo1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1QGA-ylCXz8MtuONzVEygd1nxXpnpJF6869Vb9eyMCKtW53EQ9qplExLxOpTqwpQanWjcBrp9WMVCxdOBiluVScdsj1UAK0U1OQ236QT0R3CuqQ-140xRsC60Tk3GWq6hQYJgUN-EP_k/s400/neoliberalismo1.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Mais que um conjunto de diretrizes econômicas, o <a href="http://educaterra.terra.com.br/voltaire/atualidade/neoliberalismo.htm">Neoliberalismo</a> se configura como uma maneira de organizar a cadeia produtiva ou ainda as relações interpessoais constituindo-se, portanto, numa Ideologia. As suas raízes podem ser encontradas no Liberalismo, sistema político econômico que defendia a liberdade individual em diversos campos em detrimento de uma suposta ingêrencia social. A partir disso entende-se que as liberdades individuais estariam acima das liberdades "sociais" demandando que a livre iniciativa humana fosse a mola mestra na construção das relações sociais. Colocado de forma prática, o seu cerne está na idéia de que uma certa "mão invisível" controlaria as relações de produção gerando uma ordem benéfica a sociedade. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Com a série de críticas que surgem a esta visão de mundo e as diversas crises geradas (a de 1929 sendo a mais famosa) o Liberalismo como política de estado entraria em torpor por alguns anos abrindo espaço para a lógica do <a href="http://pt.shvoong.com/books/1682145-breve-hist%C3%B3ria-pensamento-econ%C3%B3mico-welfare/">Welfare State</a>.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjct0c4jthTZzMBiwQpMMDLzFfCFadr5Lv_5qtv9E8iwehn3htJ65fJgG2HViyJRXMFgs78Rye2NQk-cGL150aZtWDO3cidqQG2UDhoiEgWJoLk0YS9H76VeZ_yCoGSs3zKv4wlwADLqH4/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjct0c4jthTZzMBiwQpMMDLzFfCFadr5Lv_5qtv9E8iwehn3htJ65fJgG2HViyJRXMFgs78Rye2NQk-cGL150aZtWDO3cidqQG2UDhoiEgWJoLk0YS9H76VeZ_yCoGSs3zKv4wlwADLqH4/s1600/images.jpg" /></a>Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a reorganização geográfica-política do mundo a idéia do Welfare State (incorporado na figura de <a href="http://www.economiabr.net/teoria_escolas/teoria_keynesiana.html">John Maynard Keyne</a>s <span class="Apple-style-span" style="line-height: 19px;"><i style="font-style: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">em função do <a href="http://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/ult2769u40.jhtm">New Deal</a></span></i></span>) <span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">vai predominar</span> nos países centrais (EUA, Europa) ainda que já passe a sofrer ataques conceituais, como é o caso do livro<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">O Caminho da Servidão"(1944), de </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><a href="http://www.blogger.com/goog_763214786"> </a></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><a href="http://www.infoescola.com/biografias/friedrich-august-von-hayek/">Friedrich von Hayek</a>. A hegemonia do conceito de estado forte só viria a ser abalado a partir dos anos 1970 com a Crise do Petróleo. </span></div><div style="clear: both; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div style="clear: both; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Antes de tudo uma crise de superprodução cuja ponta de lança foi a reestruturação das forças produtivas da Europa e Japão, teve como resultado um processo de recessão econômica em escala mundial. Seus desdobramentos seriam os de sempre: desemprego, piora nas condições de vida, diminuição do crescimento econômico, etc. Era necessário, portanto, que se apresentassem soluções para o impasse. É aí que o receituário Neoliberal passa a ser aplicado. </span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"></div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8wJLtzFoUVDi7qjTNWa344tnPjcKZgFKEnlmLCPMAgy5828Rg3r3hndfcxdll1meHnUK3uHGSr7czT7Fg1o2PMHHvcwdw4yFDfR1-_LacuRoZ04kJHlqRhH_otip6vbFQ4TkhBClBqoI1/s1600/Charging_Bull_at_Bowling_Green_060621.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="156" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8wJLtzFoUVDi7qjTNWa344tnPjcKZgFKEnlmLCPMAgy5828Rg3r3hndfcxdll1meHnUK3uHGSr7czT7Fg1o2PMHHvcwdw4yFDfR1-_LacuRoZ04kJHlqRhH_otip6vbFQ4TkhBClBqoI1/s200/Charging_Bull_at_Bowling_Green_060621.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Charging Bull, Símbolo de Wall Street</td></tr>
</tbody></table><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Como seus conceitos já vinham sendo discutidos acadêmicamente desde os anos 1940 (criando modelos, formando economistas para o Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional, etc...) sua aplicação seria dificultada senão pela resistência popular. <a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u376.jhtm">Magaret Thatcher</a> e <a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u44.jhtm">Ronald Reagan</a> ficariam famosos pela defesa de tal modelo em seus países, ficando famosa a citação deste ao referir-se a economia : <i>Let the bull run free! (Deixe o búfalo correr solto!)</i></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">De forma tardia, o Brasil veria um ensaio da aplicação da cartilha Neoliberal no Governo Collor, no início dos anos 1990, e sua adoção como política de Estado a partir do governo de Fernando Henrique Cardoso. Diversos elementos no discurso da grande mídia passariam a fazer parte no nosso dia a dia. Ressucitou-se o conceito do Cidadão , oriundo do Iluminismo, em que o indivíduo é um ser cujo papel fundamental é o econômico e não o social. Aparece com força a <i>Sociedade Civil, </i>grupo social que não é político e nem militar, mas ainda sim o principal responsável pela sua realidade. Disto constrói-se a lógica de que o Estado inerentemente lento, corrupto e incapaz de oferecer soluções adequadas. Os problemas sociais passam a ser problemas unicamente de má gerência. A mobilização social dá lugar ao voto como única forma de transformação da realidade. Como bem coloca James Petras no seu artigo sobre <a href="http://www.neue-einheit.com/english/ngos.htm">Non-Governamental Organization</a>: As ONGs no seu melhor servem a uma parcela mínima da população aliviando de forma imediata alguma das suas necessidade e, no seu comum, desorientando a todos quanto as questões profundas a serem debatidas.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span>Antes de tudo, o poder social de um indivíduo passa a ser visto como fluido, volátil, sem base econômica. O lifestyle substitui o conceito de classe social, dizendo que cada um tem pleno poder de escolha sobre os mais diversos campos da própria vida. Não há explicação isolada para determinado fenômeno, mas diversos. A educação, por si só, seria capaz de erradicar a pobreza. Ascensão da falácia pós-moderna. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Assim, dos dois últimos parágrafos, conclui-se que só é triste quem quer, só é pobre quem quer. </div><div style="clear: both; text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-bLL8U_U4J1wq4vy9ACqrLXmcaxdCUNhFmJeDWvxq1wumJKTYLTo6eJ0FOiSoo0rl65doN64aiy86temb5F_Zlt3esEx1xQtOo3VXeT_7uhUUm8Mw7dmmjseqlbRDleOs-m1Ar7mZDHk/s400/Slide5.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-bLL8U_U4J1wq4vy9ACqrLXmcaxdCUNhFmJeDWvxq1wumJKTYLTo6eJ0FOiSoo0rl65doN64aiy86temb5F_Zlt3esEx1xQtOo3VXeT_7uhUUm8Mw7dmmjseqlbRDleOs-m1Ar7mZDHk/s320/Slide5.JPG" width="320" /></a>Dentro da saúde o Estado mínimo neoliberal vai produzir uma reorganização do serviço de tal monta que até as relações entre os profissionais de saúde e a população serão afetadas. As ONG´s (3º setor) passam a ter papel central sendo vendidas como solução "civil" para as falhas do poder público. Assim, reforça-se a ação assistencialista ou a capacitação mínima para um mercado de trabalho incapaz de receber a pequeníssima parcela que receberá tal auxílio, lembrando-se que por mais que se force o discurso, tais organizações são intrinsicamente incapazes de substituir o Estado.</div><div style="clear: both; text-align: justify;"><br />
</div><div style="clear: both; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7e8rHmZCszKgfXdgN6CQ0vUTY7v05x0l8uRpUb_zNrYolJtsgx6OX_SccIQLmvFBaGesrOcn1FjLQqpa40mXo4shUYrY4ryziA9Blfsk9bJb2SNoCMpEelsUX8RanxuDiIR9USbU3GjQ/s320/img_0001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7e8rHmZCszKgfXdgN6CQ0vUTY7v05x0l8uRpUb_zNrYolJtsgx6OX_SccIQLmvFBaGesrOcn1FjLQqpa40mXo4shUYrY4ryziA9Blfsk9bJb2SNoCMpEelsUX8RanxuDiIR9USbU3GjQ/s640/img_0001.jpg" width="486" /></a></div> A privatização tomará corpo na forma das <a href="http://www.sebraemg.com.br/culturadacooperacao/oscip/02.htm">OSCIPS</a> (ONGS), <a href="http://www.datasus.gov.br/cns/temas/as_organiza%C3%A7%C3%B5es_sociais_e_o_sus.htm">OSS</a>, <a href="http://www.sindsaudemg.org.br/files/Nao%20as%20FEDP.pdf">FEDP</a>s,<a href="http://www.scielo.br/pdf/ea/v13n35/v13n35a14.pdf"> PAS</a>, etc... A consolidação de uma lei de investimento para o SUS será negligenciada ou até mesmo atacada. A precarização da Saúde Pública servirá de mote para o favorecimento da Saúde Suplementar. O conteúdo programático das ações em Saúde do Ministério da Saúde será orientado por diversas <a href="http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=360">Ações e Programas</a>, centradas em necessidades sectarizadas, discutindo pouco o que as fragilidades dos mais diversos grupos teriam em comum atacando assim a essência dos problemas. O biopsicosocial passa a fazer parte das escolas do campo da saúde, ainda que possua sérias limitações epistemológicas ou permita, em grande medida, a culpabilização do doente por sua condição. A <a href="http://nespmarilia.blogspot.com/2010/08/reforma-sanitaria.html">Reforma Sanitária</a> e toda a discussão da <a href="http://nespmarilia.blogspot.com/2010/08/reforma-sanitaria.html">8ª Conferência em Saúde</a> se esvaem como palavras escritas na areia.</div><div style="clear: both; text-align: justify;">O resultado das políticas Neoliberais foi sentido com vigor mundo afora. A Crise Imobiliária dos EUA e suas derivações são a mostra mais clara. Nos resta lembrar que o Colapso do Modelo Econômico em nada significa seu Colapso Ideológico. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02791258141295279031noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-79700010997952372322010-09-25T14:29:00.002-03:002010-10-17T17:37:55.215-02:00A Formação do SUS - Fechamento <br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://www.fiocruz.br/bio/media/organograma_ms_peq.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="371" px="true" src="http://www.fiocruz.br/bio/media/organograma_ms_peq.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Organograma Representando as relações do Ministério da Saúde dentro do SUS</span></td></tr>
</tbody></table> <br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Segue <a href="https://docs.google.com/present/edit?id=0ASl96uHwKdsOZGhxOXc5Y2ZfMTE4dmdoZDRtZjk&hl=pt_BR">aqui</a> a apresentação de Rondinelli Salvador Silva sobre o tema "A Formação do SUS" relativo ao encontro de 15/09/2010. No texto <a href="http://www.alames.org/documentos/eje1_archivos/EJE01-70.pdf">Análise das ações do Sistema Único de Saúde no atendimento à Contaminação por chumbo em Adrianópolis – Brasil</a> (autores no documento) têm-se uma análise crítica das ações do SUS dentro de um cenário específico. </div><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02791258141295279031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-82890528201358869112010-09-12T21:28:00.001-03:002010-09-12T21:32:21.418-03:00Formação do Sistema Único de Saúde<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXAclxrnU5jQDSUAhiVMVXovlYoAkfJrD09Ql55WXKYfyahhDBMnsnCUuA62x5mxWHyxfxkk061RdM9j3xyKQUrmC788NqpWqJgyGRMCONM_3CrwB8cnQLwI2chx68eHpjSRVTVunf1Tk/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="128" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXAclxrnU5jQDSUAhiVMVXovlYoAkfJrD09Ql55WXKYfyahhDBMnsnCUuA62x5mxWHyxfxkk061RdM9j3xyKQUrmC788NqpWqJgyGRMCONM_3CrwB8cnQLwI2chx68eHpjSRVTVunf1Tk/s320/images.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Produto em grande medida da<a href="http://portal.saude.gov.br/portal/saude/cidadao/area.cfm?id_area=1124"> 8ª Conferência em Saúde</a>, o SUS, Sistema Único de Saúde é o nome dado a estrutura de organização dos serviços de atenção a saúde no Brasil. Suas ações vão desde medidas que visam a inserção da sociedade na tomada de decisões quanto aos rumos da saúde pública no país, até a implantação de diretrizes que guiem a maneira como a saúde é oferecida a população.</div><div style="text-align: justify;">Suas raízes se encontram na Reforma Sanitária (já discutida <a href="http://nespmarilia.blogspot.com/2010/08/reforma-sanitaria.html">aqui</a>) passando pela <a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm">Constituição brasileira de 1988</a> na qual se declara no Artigo 196 que:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><blockquote style="text-align: justify;"><i>A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.</i></blockquote><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No entanto o "como fazer" do SUS só seria detalhado na <a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8080.htm">Lei 8080</a> de 1990 onde também se apresentariam seus príncipios ditos ideológicos: Universalidade, Integralidade e Igualdade. Vale ressaltar que no meio acadêmico/político é de uso comum o termo Equidade no lugar de Igualdade já que se entende que as diferenças sócio-econômicas regionais determinariam ações segundo as respectivas necessidades.</div><div style="text-align: justify;">Como vimos no debate sobre os rumos da Movimento Sanitário pós 8ª Conferência, o SUS não era um produto pronto nem o é hoje em dia. Na sua construção e estruturação atuaram diversos segmentos sociais que contavam com agenda própria, seja de príncipios ou de diretrizes, as quais geraram toda sorte de contradições. Não é de se espantar, por exemplo, a ausência de clareza em diversos pontos da sua política ou ainda a dificuldade de financiamento por falta de regulamentação na sua gênese. </div><div style="text-align: justify;">Para se entender como o SUS se estrutura, você encontra <a href="http://www.sinmedrj.org.br/clipping/clip/sus.htm">aqui</a> um artigo muito interessante ou ainda a Cartilha <a href="https://docs.google.com/fileview?id=0Byl96uHwKdsOZWZkOTYzNWItMjQwOS00NzFiLWEzYmEtZDE2NzZiZWRhMWIx&hl=pt_BR">Entendendo o SUS</a>, de 2007.</div><div style="text-align: justify;">Os desafios que lhe são impostos atualmente são diversos, passando por diversos campos de análise: financiamento público, participação popular, modelo de atenção a saúde, formação dos profissionais, precarização do serviço, avanço neoliberal, etc...</div><div style="text-align: justify;">Sua simples defesa pela defesa pode gerar a canonização atual na qual qualquer crítica é entendida como perigo a existência sistema ou mesmo a falsa premissa de que a sua concepção não conteria erros, apenas sua implementação. No nosso debate de quarta-feira o desafio que se lança é o de se avançar no entendimento da saúde pública e o de se debater os caminhos do nosso sistema de saúde. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02791258141295279031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-834604986034657987.post-4115275408928851262010-09-02T16:15:00.004-03:002010-09-06T13:16:39.333-03:00Reforma Sanitária- FechamentoApós nosso encontro de ontem, segue <a href="https://docs.google.com/present/edit?id=0AcdMjnUjTR1iZGZ4c2JwaHpfMWN4YjNxNGNk&hl=pt_BR">aqui</a> a apresentação.<div><br /></div><div>Aqui segue um vídeo da 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986 em Brasília</div><div><br /></div><object width="445" height="364"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/yC8IVbv_eIE?fs=1&hl=pt_BR&rel=0&color1=0x234900&color2=0x4e9e00&border=1"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/yC8IVbv_eIE?fs=1&hl=pt_BR&rel=0&color1=0x234900&color2=0x4e9e00&border=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="445" height="364"></embed></object><div><br /></div><div>Os textos usados como base foram: IDEOLOGIA E PRÁTICA NA SAÚDE: A QUESTÃO DA REFORMA SANITÁRIA de Fátima de Maria Masson, publicado no post anterior;</div><div><br /></div><div>Outro texto foi a tese de Jair Nilson Silva Paim: <a href="https://docs.google.com/leaf?id=0B8dMjnUjTR1iZGFiZGE5NzEtNzkyZi00M2Y4LThiMWYtN2Y1MzI1OGI5ZmQ2&sort=name&layout=list&num=50">REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA:CONTRIBUIÇÃO PARA A COMPREENSÃO E CRÍTICA</a>.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color:#CC0000;"><b>PS: Será que o Klaus já aprendeu a acessar os arquivos?</b></span></div><div class="blogger-post-footer">Núcleo de Estudos de Saúde Pública de Marília - Nesp Marília</div>Yuri Barnabéhttp://www.blogger.com/profile/05214840102958443148noreply@blogger.com2